Talvez você não tenha percebido, mas estamos vivenciando uma nova revolução na indústria cinematográfica. De acordo especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por conta da rápida expansão da Realidade Virtual, o jeito como consumimos cinema vai mudar drasticamente nos próximos anos.
Essa mudança parece ser tão grande quanto aquilo que aconteceu no início do século XXI, quando a era digital tomou conta de Hollywood e impactou todas as fases da produção de um filme.
Quando o cinema surgiu, a experiência de assistir a um filme era coletiva em uma sala de cinema com dezenas de pessoas — algo que persiste mais de um século depois, embora em menor peso após o advento dos streamings.
Agora, a perspectiva é que na próxima década, Hollywood invista pesado na construção de experiências imersivas através dos recursos de Realidade Virtual. Assim, será possível que você e qualquer pessoa assista à mesma película, mas tenha experiências totalmente individualizadas.
Os óculos Realidade Virtual, como Apple Vision Pro e o Meta Quest, têm como foco o entretenimento e a melhora na produtividade. Um app de meditação, por exemplo, pode muito bem aproveitar a tecnologia e produzir um ambiente virtual relaxante para as pessoas imergirem totalmente no momento de concentração.
Do mesmo jeito, uma banda pode construir um show que utiliza o recurso da realidade virtual para vender uma experiência única aos fãs. Assim, você, direto do seu quarto, pode se sentir em um estádio com 50 mil pessoas.
Agora imagina que, com a realidade virtual, você pode encarnar um explorador e ir até as misteriosas pirâmides egípcias? Nessa aventura você encontraria grandes tesouros e passaria por provações eletrizantes. Parece até um filme em Realidade Virtual do Indiana Jones, mas é o que pode acontecer em alguns anos no Book of Dead, um dos jogos de caça-níqueis com dinheiro real.
E é de se esperar que em poucos anos, a Realidade Virtual seja utilizada no cinema, permitindo que os estúdios transformem a experiência de “assistir” a um filme em “viver” um filme.
Imagine que ao invés de assistir passivamente ao Star Wars, em uma das cenas em que a Millenium Falcon é perseguida, você está na cabine da nave acompanhando Han Solo e Chewbacca, sentindo a urgência da fuga e o perigo iminente de ser capturado.
Seriam emoções totalmente marcantes na sua vida, não é? E uma vez marcado, lembraria com muito amor daquele filme. É justamente isso que Hollywood quer conseguir.
Com a Realidade Virtual, os roteiristas e diretores têm à disposição uma nova forma de narrativas. No futuro, os filmes não devem se tratar apenas de contar uma história, mas de envolver o espectador nela, permitindo experiências sensoriais únicas e individualizadas.
E isso é afirmado com base em testes que foram feitos na última década, seja o experimento do primeiro cinema com realidade virtual do mundo ou o lançamento de alguns filmes que utilizam RV para contar a história, como Allumete, Pearl, ou Ashes to Ashes.
Já há até uma mostra especial de filmes de Realidade Virtual no Festival de Veneza, desde 2017. Quem sabe na próxima década não seja criada uma categoria no Oscar de melhor filme de Realidade Virtual?
O que resta é acompanhar com atenção e ver o que o futuro reserva. Algo é certo: as histórias continuarão movendo o mundo e mexendo com os sentimentos das pessoas.
Imagem de capa: Pixabay
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