Hoje eu acordei meio parede sem acabamento, cinza, acimentada, rígida e áspera, como uma dessas paredes em construção. Ao meu lado outras paredes, quase todas em processo, outras deterioradas, porém, todas imóveis. Abaixo de mim mais paredes, acima também, um peso sobre outro, concreto, físico, material. Haja força para suportar!
Senti saudade de quando acreditei que era massa de modelar, macia, colorida, maleável. Eu era uma artista! Criava-me flor, pássaro, e até menina, me tornava o sonho lúdico em que vivia, misturava-me com outras cores e adquiria minha própria cor, e mesmo que me pisassem, esmagassem, perfurassem, eu sabia que seria capaz de voltar a ser flor, ou qualquer outra coisa que eu imaginasse; sonhar era livre.
Fui preparada dentro de uma betoneira, a ilusão de maleabilidade vinha da mistura ali feita, era cimento, água e areia. Girava, ficava tonta, fantasiava; o mundo lá fora era novo, era outro, não senti o processo acontecer, apenas dormi e acordei parede. Nada como dizem por aí, de sonhar voando e cair da cama, era pior, bem pior, algo como dormir viva, e acordar dormindo, só que pra sempre.
Hoje eu acordei meio parede, que é quase muro; acordei presa em mim mesma, seca, esgotada, desejando alguma ordem de demolição, desejando desmoronar, mesmo sabendo que isso comprometeria toda essa estrutura da qual eu nunca quis fazer parte, mesmo sabendo que isso afetaria outras paredes, que talvez, também quisessem ser outra coisa. Voltaríamos ao pó, nos misturaríamos a terra, e nos conduziríamos com o vento.
Descubro então que mesmo petrificada, os meus sonhos voam, eles vivem sob essa névoa empoeirada dessa construção morta. Os sonhos ainda vivem, e isso me traz a tranquilidade de acreditar no movimento.
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