Por Adriana Abraham

Quem não conhece alguma história na qual as pessoas foram guiadas ao encontro de eventos que a princípio pareciam desconexos, porém com o desenrolar dos fatos se revelaram mais do que meras coincidências?

O encanto exercido pelo desconhecido é quase desconcertante. Queremos tanto acreditar que um encontro casual com determinada pessoa tem um significado além do mero acaso, que nos cegamos para quaisquer outras possibilidades. Afinal, qual a probabilidade de se esbarrar com a mesma pessoa em locais variados ou em diferentes estágios da vida?

Ora, se vocês moram próximos, têm hábitos e rotinas diários parecidos ou compartilham interesses em comum é bem provável que se esbarrem mais do que gostariam. Nem vale a pena se desgastar com cálculos estatísticos. Isso é fato.

Deixando de lado as probabilidades, vale pensar nesses eventos como uma permissão do universo para experimentar algo inusitado. Quem sabe, uma especiaria a ser usada apenas em ocasiões especiais. Uma semente de cardamomo acrescentada ao café. Por ser pouco comum, instiga o paladar de imediato. Os que a percebem exótica demais não desejam repetir a experiência. Os que se entregam por completo ao seu sabor doce e picante contemplam com ardor a próxima xícara.

Alguns encontros são tão inexplicáveis que nos levam de imediato a rever nossos conceitos sobre o quanto estamos verdadeiramente no controle dos acontecimentos. É certo que só podemos ser guiados em direção a esses encontros se abandonamos nossas expectativas sobre o que deveria ser. Algumas vezes (definitivamente) não é para ser.

Estar em sintonia com alguém que se gosta possibilita que essas situações ocorram com certa frequência. Por outro lado, no momento em que entramos em dissonância com a mesma pessoa a sintonia se perde. Já se deram conta disso?

A razão não ressona, tampouco vibra. Nem a mais rara das especiarias aquece um coração fechado.

Jetsunma Tenzin Palmo, no livro “No coração da Vida”, fala que é preciso ter mais fé no universo. Isso não significa ficar sentado sem nada fazer, afirma. Ela ressalta a importância de não fazermos tudo pessoalmente. Se nos conectarmos com a “energia universal”, as coisas se resolvem por si.

Que deixemos uma parte do trabalho para o universo. E que sejamos contemplados com suas especiarias, se para o nosso bem e dos outros.

Adriana Abraham

Advogada e escritora, com cursos nas áreas de yoga e meditação. Carioca, residindo atualmente em Brasília.

Recent Posts

Revelação do testamento controverso de Gene Hackman causa surpresa e incerteza

O ator Gene Hackman, duas vezes vencedor do Oscar, morreu aos 95 anos e deixou…

11 horas ago

Neymar surge nas redes após suposta nova traição e internautas notam detalhe estranho

O atacante Neymar Júnior voltou a movimentar as redes sociais na última quinta-feira (13/3), em…

14 horas ago

Recorde na Netflix: Filme com DiCaprio foi assistido por 152,29 milhões de horas em apenas uma semana

O diretor estima que o filme tenha sido visto por algo entre 400 e 500…

1 dia ago

Terremoto em supervulcão causa destruição em importante cidade da Itália

Um terremoto de magnitude 4,4 atingiu a região de Nápoles, no sul da Itália, na…

2 dias ago

Mãe sonha com filho desaparecido e o reencontra depois de 5 décadas

Um reencontro emocionante marcou a vida de José Walter da Silva, de 75 anos, que,…

2 dias ago

Piloto enviou mensagem à mãe pouco antes de queda de avião no litoral de São Paulo

A queda do avião ocorreu em uma aldeia indígena de Peruíbe, no litoral de São…

3 dias ago