Meu filho é grande fã da cultura pop japonesa contemporânea, mangás e animês. Gêneros com os quais tenho quase nenhuma familiaridade.
De uns anos pra cá, meus interesses têm se voltado ao Oriente. Meditação, tao, autores como J. Krishnamurti e – especialmente – o inclassificável Osho (*).
Estive com meu filho em Sampa, a semana toda – o que acontece eventualmente, moramos em cidades diferentes. Num dos dias, vou à Livraria Cultura. Livrinho comprado, sigo na direção da saída. Súbito, paro e verifico as mensagens no celular; tinha um compromisso marcado, dali a instantes.
Quando ergo a cabeça, percebo que estou na seção de quadrinhos japoneses. Praticamente pula diante de mim um livro, título em letras garrafais: A história de Buda em mangá.
“Puxa, mas que coincidência, não?”, dirá alguém. Claro que não é só isso.
Para alguns, a “sincronicidade” – conceito desenvolvido por Jung, que também a chama de “coincidência significativa” – é uma bobagem. Se não podem explicar o evento por meio da relação causa-efeito, ele não tem valor, isso é “papo de esotérico”. No extremo oposto, há os que a consideram trivial, quase banal, tamanha é a frequência que ela ocorre em seu cotidiano.
Ora, eu estava num ambiente com dezenas de milhares de livros ao redor. E meus olhos foram direcionados para este título em particular.
Pra mim, esta é a prova cabal da presença do sagrado nos pequenos detalhes. Da estreita interligação entre tudo e todos. Os pequenos milagres ocorrem quando se afina a sintonia com o universo; quando se está antenado aos sinais por ele enviados de modo discreto, sutil. De diversas formas: na letra da canção que toca no rádio, no artigo da revista que você folheia na sala de espera do consultório, na pessoa que aparece na sua vida de modo meteórico e some logo em seguida etc.
A beleza é que quanto mais prestamos atenção nestas sincronicidades, mais elas aparecem.
Estas cenas do dia a dia me deixam entusiasmado como criança diante da descoberta do novo. Aliás, “entusiasmado” não está na frase à toa: en + theos = na raiz etimológica da palavra, está Deus.
(*) Insight que só tive agora: geograficamente, estamos próximos, ele e eu. Japão, China, Índia.
LUIS GONZAGA FRAGOSO
Tradutor e Revisor
luisgfragoso@terra.com.br
Nota da CONTI outra: A publicação do texto acima foi autorizada pelo autor.
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