Por Josie Conti
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam que fingem comportamentos.
Abaixo, 5 grande sintomas de uma sociedade hipócrita. Com certeza você se lembrará de outros durante a leitura. 😉
1.Achar que a responsabilidade por uma rua cheia de menores infratores é do menor, pregar um discurso de ódio e defender a redução da idade penal ao invés de trabalhar nos pilares da assistência a população e na educação de qualidade.
Recomendo a leitura do artigo Um menino, um juiz, uma história real de Nara Rúbia Ribeiro e os comentários feitos após o texto. Nele, a escritora relata uma situação real ocorrida durante o exercício da advocacia quando um adolescente de 17 anos é julgado pelo crime de roubo de alimento Em sua ficha, um histórico de estupro, agressões e o abandonado nas ruas que teria acontecido aos 6 anos. Os comentários do texto trazem ódio e culpabilização apenas do menor que “fez a própria sorte” . Então pergunto, que tipo de estrutura uma criança dessas poderia ter quando toda a humanidade lhe negou o direito a assistências básicas e afeto?
2. Acreditar que para os próprios atos sempre existe exceção, enquanto os outros devem seguir regras.
Aí reina o tão vangloriado chavão do “jeitinho brasileiro” onde a pessoa se acha especial por conhecer maneiras de driblas regras. A pessoa sabe como não pegar filas, como subornar um agente do governo, como se aproveitar de brechas legais, orgulha-se de cada farol amarelo que ultrapassou no último segundo ou da vantagem que levou quando alguém lhe passou um troco maior do que era o correto.
3. Hipocrisia religiosa.
4. Achar que tudo pode ser comprado.
Não só os bens materiais, mas o silêncio de alguém, a integridade de outro. A sociedade hipócrita está repleta de pessoas que acham que, com dinheiro ou influência, podem passar na frente de uma fila de transplante, podem ingressar em uma faculdade sem passar no vestibular ou mesmo no serviço público sem prestar um concurso. E o pior de tudo isso é que muitas delas conseguem.
5. Acreditar que a corrupção é algo normal, quase uma característica cultural.
A impunidade recorrente alimenta a ideia de que a corrupção é algo normal e imutável. As pessoas veem, ficam indignadas mas, a grosso modo, não tomam ações concretas para a mudança. Talvez a aceitação esteja relacionada a cegueira situacional que impede que a sociedade enxergue que a macro corrupção é consequência da micro, dos “jeitinhos cotidianos” que alcançaram altos cargos e hoje detém grande poder. Penso se a omissão da comunidade não seria uma admiração inconsciente por aqueles que conseguiram “dar um jeitinho” melhor do que todo mundo.