Não amaremos talvez insuficientemente a vida? Já notou que só a morte desperta os nossos sentimentos? Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?! Como admiramos os nossos mestres que já não falam, com a boca cheia de terra! A homenagem surge, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez eles tivessem esperado de nós, durante a vida inteira. Mas sabe porque nós somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos? A razão é simples! Para com eles, já não há deveres.
É assim o homem, caro senhor, tem duas faces. Não pode amar sem se amar. Observe os seus vizinhos, se calha de haver um falecimento no prédio. Dormiam na sua vida monótona e eis que, por exemplo, morre o porteiro. Despertam imediatamente, atarefam-se, enchem-se de compaixão. Um morto no prelo, e o espectáculo começa, finalmente. Têm necessidade de tragédia, que é que o senhor quer?, é a sua pequena transcendência, é o seu aperitivo.
É preciso que algo aconteça, eis a explicação da maior parte dos compromissos humanos. É preciso que algo aconteça, mesmo a servidão sem amor, mesmo a guerra ou a morte. Vivam, pois, os enterros!
Albert Camus, in ‘A Queda’
Falecimento do pontífice no domingo de Páscoa levanta interpretações bíblicas e resgata profecias de Nostradamus;…
A morte de Papa Francisco reacende dúvidas sobre o que acontece com a herança de…
As minisséries de suspense estão se consolidando como uma das melhores opções para quem busca…
Aimée Lê teve que viver na rua porque não tinha como pagar o aluguel com…
Quem se encontra em perigo na imagem? Na imagem abaixo, vemos três personagens em um avião: Pessoa…
Essa jovem de 20 anos fez um vídeo que teve grande repercussão nas redes sociais.…