Vivemos tempos de teorias contraditórias: se ele te ignora, ele gosta de você. Se ela não atende sua ligação, está fazendo charme para valorizar o relacionamento. Se ambos não se falam é uma forma de aumentarem a saudade e preservarem o relacionamento. Resumindo: ao amor deixou de ser um sentimento para se tornar um jogo de egos inflados.
Sempre acreditei que o amor deveria ser um privilégio de pessoas maduras e sensatas. Pessoas constantes, que sabem o que querem e que não abandonam a relação na primeira crise, já que entendem que, amar significa entrega, exposição das fragilidades humanas misturadas a um turbilhão de sentimentos intensos. Porém, não sempre assim que acontece.
Por algum motivo desconhecido, as pessoas estão mais carentes a cada dia e o rótulo de “relacionamento sério” está valendo mais que um diploma de faculdade. A lei é essa; ama-se qualquer um, de qualquer jeito e em qualquer lugar.
As pessoas não entendem (ou não querem entender) a diferença entre “amor genuíno” e “amor inventado”. Talvez porque, se descobrirem, serão obrigadas a tomar um posicionamento diante dos fatos e isso exige coragem.
Amor genuíno acontece quando estamos leves, sem bagagens do passado, quando não projetamos no outro a responsabilidade da própria felicidade.
É quando entendemos que o verdadeiro amor não faz charminho, não fere, não vai embora. Quando chega, faz morada. Cria raiz. Já o amor inventado é pura aparência. É como uma réplica de um aparelho celular: a aparência engana, mas o sistema operacional nunca será o mesmo.
Amor não sufoca, não prende, não aperta. Quem faz isso somos nós, como nosso comportamento infantil de ciúmes sem motivos e de brigas desnecessárias. A verdade é uma só: quando temos que forçar para acontecer, não é amor.
Relacionamentos não foram criados para machucar pessoas que se amam. Pelo contrário, foram criados para que haja trocas mútuas de experiências de vida e crescimento pessoal e afetivo.
Não dá para aceitar que o medo de ficar só, seja maior que o de sofrer em um relacionamento abusivo. Não dá para preferir o rótulo de “casada infeliz” do que o de “solteira”. Não dá para aceitar traição acreditando não merecer coisa melhor. Não dá!
Sejamos realistas: quem demonstra não se importar, realmente, não se importa. Não é charme, joguinho ou orgulho. É desinteresse! Então, abra seus olhos, feche seu coração e abra sua vida, somente, para quem merece.
Não tema a solidão, não se diminua para caber no mundo dos outros, nem quebre seus limites em troca de aceitação. Quem não te ama na totalidade, simplesmente, não te merece.
Mais importante do que querer viver um grande amor, é ser capaz de se amar primeiro.
Imagem de capa: Photographee.eu/shutterstock
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