Elas estão por toda parte.
Andam pelas ruas carregando suas pequenas crias. Em uma das mãos seguram com destreza o pequeno bebê e na outra abrem a carteira, pegam a fralda de pano, seguram no corrimão, empurram o carrinho do supermercado, pegam produtos, dão ao bebê a chupeta, ajeitam o cabelo, sobem e descem do ônibus, caminham debaixo do sol…
Vivo observando impressionada a capacidade de algumas mulheres, mães como eu, quando as vejo pelas ruas fazendo tudo que fariam sozinhas, porém com o bebê nos braços.
E de tanto observar criei dois tipos de mães: as que carregam os seus filhos por aí sem cuidado algum e as que carregam babás.
Surge então em minha mente a imagem um ringue de luta, como se eu pudesse transformar uma delas na heroína e a outra na vilã.
De um lado uma mãe superprotetora, cuja vida é abastada. Mãe que pôde deixar tudo para cuidar do filho, que mal saía de casa nos três primeiros meses de vida dele para que ele pudesse tomar grande parte das vacinas antes. Mãe que teve mãe e sogra para ajudar, que teve uma ajudante das boas em casa em tempo integral e que teve uma babá enfermeira para orientar sobre os cuidados com recém-nascidos. Mãe que leu a bíblia, a encantadora e tudo mais que estavam nas prateleiras da livraria, desde que o título terminasse com “do bebê”. Mãe que se preparou para a chegada do filho, que fez pilates, hidroginástica e drenagem, e que seguiu à risca as orientações médicas e nutricionais, que comprou todos os itens da lista do enxoval (comprou muito mais, na verdade). Mãe que tinha tudo, menos experiência.
Do outro lado, outra mãe, de vida menos abastada. Mãe que trabalhou até o nono mês de gestação e que levou o filho sozinha ao pediatra para a primeira consulta. Mãe que sozinha o levou também ao posto para que ele recebesse todas as vacinas e em todas essas vezes ela usou o transporte público. Ela já cuidou dos sobrinhos e dos irmãos mais novos e por isso ela carrega bebês, troca fraldas e dá banho com a mesma eficiência que têm as enfermeiras dos berçários. Ninguém a ajuda, nem com os afazeres da casa e ela nunca lê livro algum. A gravidez veio desejada como a da primeira mãe, afinal, as amigas dela, depois dos vinte costumam se casar e engravidar. Ela se casou para isso. O enxoval de bebê ela ganhou na pequena festa que fez e aceita todas as roupas de bebê que lhe derem. Ela dançou funk grávida, e para ela isso vale como a atividade física que orientam ser importante para as gestantes e para o bebê.
Uma mãe compra as fraldas importadas e a outra compra as mais baratas para que ambas tenham o mesmo fim: receber coco, xixi e ir para o lixo.
Uma mãe tem vinte e poucos anos e a outra quase quarenta.
Ambas amamentaram. A primeira porque amamentar é o melhor para o bebê, disse o pediatra renomado; a segunda porque não haveria como comprar outro leite.
Ambas saem à noite. A primeira deixa o bebê com a babá e vai jantar com o marido. A segunda deixa o bebê com a tia e vai ao baile funk com o marido.
São frutos da minha imaginação que naquele momento segrega e discrimina as mães baseadas em suas possibilidades financeiras, idade ou contexto sócio cultural e que imediatamente percebe o erro.
Não! Não é nada disso que faz de uma mãe uma mãe de verdade.
As mães de verdade carregam seus filhos! Na Europa, todas as mães carregam seus bebês, a maioria preso aos “cangurus” e muitas delas tem uma boa vida financeira. Na Europa não existem babás salvo raras exceções como a da família real.
Não é a idade e nem as possibilidades financeiras de compra e contratação de serviços que separam essas duas mães em lados opostos. O que faz de uma mãe uma mãe é a capacidade de continuar fazendo tudo que fazia antes acolhendo e amando o seu bebê.
As duas mães que eu citei acima estão em dois extremos. Lados opostos de uma mesma moeda. Elas têm uma característica comum. A primeira terceirizou o colo e a segunda carrega sua cria como se carrega um saco de qualquer coisa, sem sequer olhar para ele.
Eu então destruo o ringue e as coloco juntas, do mesmo lado.
Ambas erram no que poderiam acertar.
Ambas deixam de fazer o que podem fazer: olhar, acolher, aconchegar e criar vínculo com o filho. Ver uma mãe que carrega uma babá em tempo integral deixando assim de carregar seu filho nos braços é como ver uma mãe que amamenta no meio da rua sem sequer olhar nos olhos daquela pequena criança que carregam debaixo do sol. Aquela fraldinha tapando o rosto da criança é horrível.
Não é o dinheiro ou a falta dele que faz de um bebê um ser humano amado, é exatamente o amor, ou a falta dele. Amor não se compra como enxoval em Miami e também não se distribui na fila do SUS. Amor exacerba os modelos de mãe facilmente vistos pelas ruas. Amor não é privilégio de ricos nem de pobres.
Seu bebê não precisa de uma babá, ele precisa que você o carregue no colo e o ame.
Seu bebê não pode ser carregado pelas ruas sem cuidado, ele precisa ser carregado com amor e atenção.
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