Por Lúcia Costa
Sobre o amor se demoram os olhos, luzes castanhas que se reconhecem.
Sobre o amor se derramam a água, o vinho, o orgasmo.
Sobre o amor se constroem a casa com teto de vidro, paredes brancas e piso de mármore que abrigam os pés que dormem entrelaçados.
Sobre o amor mora o ciúme: medo de que esse planeta feito para dois seja invadido por um estrangeiro de olhar fresco.
Sobre o amor mora a saudade: olhos-inverno, desertos distantes.
Sobre o amor dorme esse “eu te amo”, grito da alma que te aguarda há anos na mesma calçada de onde me disseste “Adeus”.