Todos conhecemos alguém que tem sérios problemas na esfera dos relacionamentos amorosos – na pior das hipóteses, você é essa pessoa.
Vira e mexe está “apaixonado”, extremamente obcecado por alguém (que muitas vezes nem sabe de sua existência). Dia a dia busca informar-se mais sobre os gostos e planos da pessoa, alimentando fantasias nas quais junto a ela desfruta todos estes prazeres – chegando a pensar em quantos filhos terão, onde morarão e coisas mais.
É estranho, mas planeja a “hora certa” para iniciar as tentativas reais de estabelecimento de vínculo. O momento mágico, que aumentará incrivelmente as possibilidades de êxito.
Quando é o momento perfeito para arriscar-se? Normalmente amanhã, semana que vem, mês que vem, ou de repente, daqui a alguns anos. Por qual razão tanto adiamento? Simples, enquanto o dia não chega as coisas permanecem no nível da possibilidade, da incerteza… da segurança.
Certo, agora podemos transitar para a segunda parte do texto. Por qual razão é que ele sofre tantos insucessos? Seria uma pessoa muito azarada?
Sem querer ser desagradável e cético, terei de dizer que não creio muito nessa possibilidade – até mesmo porque nela o indivíduo torna-se completamente isento de responsabilidades, certo?
Einstein dizia que “insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferente”. O que será essa pessoa anda repetindo tanto? Afinal, o resultado é sempre o fracasso.
Existem déficits nas habilidades sociais? Sim, claro! São o principal problema em questão? Não, o buraco é mais em baixo.
Todos temos algumas coisas que nos chamam a atenção, correto? Tais aspectos estéticos e comportamentais definirão as pessoas pelas quais nos interessaremos durante toda a vida.
E como isso pode ser o problema? De repente o maior requisito para apaixonar-se por alguém esteja sendo a plena convicção de que tal relacionamento seja impossível.
Isso tudo ocorreria em um nível não muito consciente, porém a finalidade é muito clara e específica. O indivíduo só apaixona-se por pessoas cujo relacionamento seria muito “improvável” para que após cada fracasso tenha confirmada sua crença do quão incapaz e não merecedor de carinho é.
Por qual razão agredir-se tanto? Qual culpa apresenta-se como raiz e mantenedora dessa cena que pode vir a durar a vida toda caso não seja levada às mãos de um bom psicólogo?
Daqui em diante o trajeto é individualizado, cabe a cada um mover-se em busca de suas melhoras.
“Por que cometer erros antigos se há tantos erros novos para escolher?” Bertrand Russel.
Diego Caroli Orcajo. Águas de Lindóia