Às vezes tudo o que eu preciso é de mim mesma.
Dou muito valor aos momentos que eu consigo estar sozinha, no meu canto, no meu ritmo, quieta, desconectada. Acompanhada de um livro, um café fresco, um chinelo velho…
Depois de uma semana corrida, de tanta gente falando, de tantas impressões de mundo, de tanto barulho dos carros, das ruas, dos bares, das notícias nas televisões e das mensagens no celular, é tão importante parar, acordar devagar, sem olhar a hora, os e-mails, a agenda.
Tão renovador deixar o meu corpo comandar o dia quando os pensamentos finalmente me dão um pouco de sossego e eu me permito respirar, comer devagar, dormir muito se precisar, cuidar do gato, tomar um banho longo, sentar na varanda com uma xícara de chá.
Eu gosto de ouvir o silêncio, de não estar em nenhum outro lugar a não ser neste momento, de não fazer nada e não pensar em nada, de não me afobar por querer da vida mais do que apenas isso mesmo.
Eu gosto de colocar as roupas pra lavar, de podar as plantas e colher amoras, de fazer um almoço criativo com as sobras da geladeira, de entrar no mundo da imaginação e escrever uma estória. Eu gosto de esquecer das horas e quando vejo, o dia foi embora, o dia passou como uma nuvem leve e levou com ele todo o sobrecarrego, todos os entendimentos de mundo, o que os outros pensam e ficou aqui dentro apenas eu mesma.
Sozinha eu me curo, eu me desintoxico, eu me recarrego, eu me esqueço do resto, eu ganho meu tempo com linhas de livros e não conversas sem sentido, eu me resgato, encontro o melhor de mim e aí então, volto a sentir prazer em me compartilhar com o mundo.