Por Alan Lima
Ao que me parece ser cristão é ir contra o casamento civil igualitário. Ser contra a adoção de crianças por casais homoafetivos e combatê-los em sua “proliferação.” Também é brigar se eles resolvem beijar em público. Ou seja, atrapalhar suas vidas ao máximo possível.
Sou cristão e estou triste com o cristianismo popular.
Vocês me perdoem, eu não posso achar esse sentimento divino; a vontade de impor ao mundo uma crença na base do “penso isso, pense também”. Fazer da fé mero combate de ideologia é o oposto da essência do cristianismo; Deus encarnado num filho de carpinteiro, não no imperador.
Se dois adultos se conhecem e por algum motivo resolvem casar, e nenhum deles sou eu, a coisa mais irrelevante neste caso é minha opinião ou a do Estado. Atrapalhar um casamento que não estamos envolvidos é o cúmulo da invasão da vida alheia.
A família “tradicional” brasileira morre de fome nas favelas, nas secas, passa mal nos hospitais públicos e tem uma escola péssima com professores mal pagos. Se você é a favor da família “tradicional” brasileira mesmo, deveria rever as causas de sua destruição. Nenhuma delas é o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Pode ser que você pense o contrário e eu seja só mais um “herege” falando sobre esse assunto. Tudo bem, eu não quero te convencer de nada. Mas se ser cristão autêntico é querer fazer engolir, o que só se desce mastigando, eu sou uma heresia cantando um sambinha na praça.