É uma qualidade não se limitar, querer sempre enxergar além. Porém, são muitas as chances de cometer erros dentro dessa vontade de ter braços do tamanho do mundo e querer abraçá-lo. O que não nos torna errados, apenas errantes. Mas tudo bem, eu nunca quis mesmo me fechar dentre paredes que eu já conheço, sempre quis conhecer o universo como a palma da mão, mesmo que para isso eu tenha que fracassar diversas vezes.
É bom quando somos forçados a nos olhar de frente. Quando a vida coloca um espelho enorme na nossa direção e não temos outra opção se não nos encarar. É o momento de pensar se somos alguém que gostaríamos de conhecer ou se já não nos reconhecemos mais.
Nós somos feito de tudo o que não soubemos fazer. Pois, quando não sabíamos como prosseguir, moldamos nossa personalidade decidindo para onde ir: voltar e seguir para um lugar menos lamacento ou sacodir a poeira, repor as galochas e continuar seguindo rumo ao que antes sonhamos.
A gente nunca sabe quando vamos finalmente ser recompensados pelas nossas lutas, até que somos. Você saberia reconhecer a sua recompensa? Ou estaria tão ocupado reclamando do seu cansaço que passaria despercebido?
O entrelaço de tudo é que devemos nos orgulhar das nossas batalhas, ainda que sejam todas derrotas. Somos o que somos porque perdemos e agradeço por isso. Cada gota escorrendo no meu rosto te conta quem eu sou. Seja de suor por tanto tentar ou lágrima por não conseguir.
Sou efeito colateral de tudo que não soube fazer, mas continuei tentando.
Imagem de capa: sergey causelove/shutterstock