Eu já não sou mais o tipo de pessoa que finge alguma coisa. Se sinto saudade, digo. Se sinto amor, amo. E se não tenho vontade de estar e fazer parte de algo ou alguém, vou embora. Com o tempo, aprendi que o jeito mais honesto de encontrar a felicidade é respeitando as minhas escolhas.
Desde que passei a conhecer e entender das minhas metades, pude admirar com sinceridade os meus inteiros. Descobri que a solidão não é ruim se você não lutar contra ela. Porque solidão não quer dizer ausência do outro. Pelo contrário, solidão é autoconhecimento e cumplicidade consigo. É ter a força e a leveza de acreditar, confiar e buscar motivos para seguir adiante. Futuro algum está escrito no presente. Deixei de lado essa arrogância de ignorar o hoje pensando no amanhã.
E o mesmo vale para o amor. Sou uma colcha de retalhos dos amores que tive. Não há razão para apagá-los da memória. Por causa deles, conheci o verdadeiro gosto da minha pessoa. Tive decepções e alegrias, mas sobrevivi. Continuei e continuo vivendo por enxergar o amar como uma jornada a ser escrita em muitas mãos. Desejar um limite de tempo e intensidade para o amor, é não permanecer de olhos fechados e coração aberto.
Quero o simples. O extravagante não me impressiona ou inveja. Valorizo os momentos em que compartilho conhecimentos. Neles, quebro ordens e paradigmas. Viro caos antes de vestir tranquilidade. Não ligo para o que pensam, contanto que respeitem os espaços permitidos. É fundamental não entrar sem convite. A menos que seja uma encomenda surpresa, com o remetente carinho e o carimbo em gentilezas.
Cá pra nós, preciso de muito pouco para ser. Ainda erro e tropeço em algumas emoções, não tenho problemas para confessar isso. Mas, por incrível que pareça, ando abraçando mais chegadas do que partidas. Tudo no meu próprio tempo, no meu próprio caminho.
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