Bem que você poderia conceder habeas corpus a esse sentimento que está aí dentro de você. Preso, trancafiado injustamente. Já se deu conta do quão covarde você está sendo? Aliás, isso não é covardia, é crueldade. Aí, nessa alma, existe uma vontade louca de ser feliz e de tentar um novo caminho. Mas você a ignora. Essa voz grita todos os dias, ela precisa ser ouvida. Ela não sossega.
E você, o que tem feito? Tem ouvido outras vozes, justamente aquelas que deveriam ser ignoradas. Você optou por ouvir tudo aquilo que não te acrescenta. Tem dialogado, com frequência, com esse sentimento impostor que você resolveu dar abrigo, indevidamente. Sentimento que não para de falar que é tarde demais para você ser feliz. Sentimento destrutivo e sem compaixão que não quer permitir o seu recomeço.
Bem que você poderia silenciar toda essa barulheira que nada te acrescenta e que só te fragmenta. Somente ignorando esses impostores, você conseguirá ouvir as vozes que farão a diferença na sua vida. Por que tanto medo de tentar algo novo? Por que tanta resistência em acreditar que você tem muito chão pela frente para viver com plenitude?
Será que você está usando a desculpa da idade? Essa voz, dentro de você, está tentando te convencer que a sua idade cronológica não interfere em nada, pelo contrário, ela só agrega. Você tem uma bagagem riquíssima que construiu ao longo desses anos. Ainda que tenha tido vivências dolorosas, elas podem ser ressignificadas.
Quem sabe, voltar a estudar ou desenvolver esse dom que está no seu DNA? Que tal investir num hobby que inunde o seu organismo de endorfina? Escrever, desenhar, dançar, costurar, cozinhar…pintar e bordar! Viajar sozinho(a), com um(a) amigo(a) ou com um grupo desconhecido, vale tudo! Só não vale viver escondido(a) dentro de si mesmo(a). Há tanta vida lá fora, como diz o Lulu Santos. Vá, dê o primeiro passo.
Do que você tem medo? Das possíveis surpresas pelo caminho? De fato, você correria sérios riscos, caso resolvesse ouvir essa voz que te implora para sair dessa caverna existencial: Risco de fazer novos amigos. Risco de entrar em contato com o potencial que tem e que estava adormecido. Risco de rir á toa. Risco de flutuar de gratidão ao se deparar com a consciência de que pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas praticando uma habilidade que você tem. Risco de despertar paixões. Risco de se entregar à uma paixão. Risco de viver de verdade. Risco de renascer.
Imagem de capa: Kichigin/shutterstock
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