Tem gente que nos tira o sono, tem gente que nos devolve os sonhos.

Enquanto vivemos, encontramos várias pessoas por aí, algumas interessantes, outras especiais, muitas dispensáveis. Saber lidar com cada uma delas, colocando-as em seus respectivos lugares, dentro ou fora de nossos corações, será providencial, para que nossa jornada seja menos dura.

O problema é que nem sempre estaremos seguros o bastante para termos a consciência quanto ao que o outro realmente tem a nos ofertar, a trocar, a somar e a compartilhar. Muitas vezes, estaremos vulneráveis e nos tornaremos alvo fácil de gente que só pensa em se aproveitar das pessoas, com ingratidão e maldade.

Quanto mais nos abrirmos, acreditando no outro, mais ficaremos expostos em tudo o que nos define, inclusive nossas fraquezas, as quais, não raro, vemos sendo usadas contra nós, da pior forma possível. Nem todo mundo conseguirá ser consolo e compreensão e nem todo mundo conseguirá entender as nossas dores.

Por isso é que necessitaremos manter nossa autoestima em dia, para que possamos enfrentar as tempestades sem nos molharmos exageradamente, ou nossa alma adoecerá sem razão de ser. O que não nos cabe, o que não for verdade, nada do que fizerem para nos diminuir poderá ser mais forte do que nossa confiança naquilo que preenche os nossos mais belos sonhos de vida.

Felizmente, haverá quem nos ame verdadeiramente, pelo que somos, quem torcerá pela nossa felicidade, quem nos conhecerá como ninguém e nos acolherá, faça chuva, faça sol. Manter gente verdadeira por perto nos protegerá de todo e qualquer mal que tentarem usar contra nós, porque, então, teremos mãos fortes nos segurando e não cairemos.

Quem causa nossa insônia deve, aos poucos, sair de nossos caminhos. Quem nos devolve os sonhos, sim, deve ficar junto, caminhando conosco, abraçando-nos nas noites escuras da alma, para, então, comemorar conosco cada vitória, cada sorriso, cada conquista, como deve ser.

***

* O título deste artigo baseia-se em citação de David Rodrigues.

Foto por Cody Black em Unsplash







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.