Um estudo publicado no mês passado evidencia mais uma vez o poder da natureza para a saúde humana. Os efeitos benéficos da natureza sobre a saúde mental estão na pesquisa intitulada como “Mente urbana: usando tecnologias de smartphone para investigar o impacto da natureza no bem-estar mental em tempo real”.
Hoje mais da metade da população do mundo vive em áreas urbanas e este fato tem tido diversas consequências. Dentre as ruins podemos citar as implicações para a saúde mental, como depressão, transtornos de ansiedade, psicose e distúrbios viciosos. Foi partindo deste pressuposto que pesquisadores criaram o aplicativo Urban Mind. Eles avaliaram a influência das áreas verdes para quem vive em espaços urbanos. A análise principal baseou-se em 2094 avaliações de 64 participantes, que completaram um mínimo de 25 avaliações cada.
Para analisar o chamado bem estar momentâneo, os participantes tiveram que responder todos os dias, em intervalos do dia, a perguntas como: Você está dentro ou fora? (em relação a ambiente interno ou externo) Você pode ver as árvores? Você pode ver o céu? Você consegue ouvir os pássaros cantando? Você pode ver ou ouvir a água? Você se sente em contato com a natureza? As respostas possíveis a cada pergunta eram: sim, não e não estou seguro.
Quando as pessoas recebiam um aviso para completar uma avaliação ecológica momentânea, elas tinham até 30 minutos para concluir as respostas. E cada vez que completava uma avaliação, ele era convidado a enviar uma fotografia do solo e/ou uma gravação de áudio do ambiente.
A investigação sugere que os benefícios da natureza no bem-estar mental são duradouros e interagem com a vulnerabilidade de um indivíduo à doença mental. “Descobrimos que estar ao ar livre, ver árvores, ouvir pássaros cantando, ver o céu e se sentir em contato com a natureza foram associados a níveis mais elevados de bem-estar mental momentâneo”, diz o estudo. “Além disso, descobrimos que esses efeitos benéficos ainda podem ser observados, mesmo que o participante não estivesse mais ao ar livre e não tivesse mais acesso à natureza”. Este efeito indica o impacto duradouro da natureza na qualidade mental do indivíduos.
Outro dado interessante é que todos esse benefícios foram ainda mais evidentes em pessoas que tem como característica serem mais impulsivas. O estudo remete a outras pesquisas que relacionam impulsividade com distúrbios. A questão aí é afirmar que os efeitos da natureza podem ser ainda maiores em pessoas que têm maior vulnerabilidade a problemas de saúde mental.
O grupo salienta que tais descobertas têm implicações potenciais no planejamento e design urbano. O estudo é do King’s College London e foi publicado na edição de janeiro da BioScience.
Imagem de capa: szefei/Shutterstock
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