Toda mulher é sagrada

Sim, toda mulher é sagrada.

Talvez o curso do mundo tenha nos feito esquecer, mas nós, mulheres, somos seres sagrados, e precisamos voltar a honrar a nossa sacralidade.

“Sagrado” , segundo o dicionário, é algo “que, pelas suas qualidades, merece respeito profundo e veneração absoluta”.

E nós, mulheres, honramos o nosso sagrado quando saímos do papel de vítimas de uma sociedade doentia e nos colocamos como protagonistas da nossa própria história;

Quando assumimos a rédea da nossa existência e passamos a tomar as decisões nos colocando, sempre, em primeiro lugar;

Quando não ficamos esperando que o governo, o(a) nosso(a) parceiro(a), os nossos chefes, os nossos pais ou os nossos filhos nos reconheçam e nos valorizem, porque nos damos conta de que, na verdade, isso não importa, não é necessário;

Quando compreendemos que o que necessitamos, verdadeiramente, é nós mesmas nos darmos conta do valor inestimável e indiscutível que temos, independentemente de qualquer circunstância;

Honramos nossa sacralidade quando compreendemos que não precisamos ter um(a) companheiro(a) para vivenciar o amor, sendo que qualquer pessoa que, eventualmente, venha a seguir a caminhada ao nosso lado poderá apenas complementar algo que já nos é inerente;

Quando paramos de nos culpar por tudo o que envolve os nossos filhos e entendemos que, pelo simples fato de termos lhes dado à vida, somos honradas, sendo que sempre fazemos o melhor que podemos de acordo com as nossas condições no momento;

Quando tomamos por hábito assegurar um tempo, diuturnamente, para nos relacionarmos com as nossas emoções e fazer coisas que nos fazem bem;

Quando paramos de sufocar a necessidade de viver um processo contínuo de autoconhecimento e de ouvirmos os anseios da nossa alma para nos alinharmos com o nosso propósito de vida;

Refrescamos o nosso sagrado quando lembramos ser fruto da união dos nossos aspectos físico, mental, espiritual e emocional, com todas as suas singularidades, o que nos torna um ser único neste vasto universo e, por isso mesmo, especial;

Quando lembramos, diariamente, que não precisamos ser uma super-heroína (como os outros, às vezes, esperam) para sermos uma mulher maravilha, sendo que dividir tarefas, ao invés de um sinal de fraqueza, pode ser um sinal de sabedoria;

Quando nos aliamos umas às outras para trocar experiências, compartilhar frustrações e perceber que podemos aprender com os erros umas das outras, sentir alívio por vermos que os nossos dilemas não são exclusivos e compreender que, afinal, está tudo certo;

Quando verdadeiramente aceitamos que cansar é algo absolutamente normal e que pedir um tempo e buscar ajuda quando necessário é algo fundamental para reequilibrarmos nosso eixo e irmos ainda mais longe;

Honramos nosso feminino quando nos libertamos dos padrões em todos os âmbitos da nossa vida e nos tornamos sinceramente indiferentes à opinião alheia, nos abrindo para o novo e seguindo o caminho que faz o nosso coração vibrar;

Quando, definitivamente, abrimos mão dos julgamentos de todo gênero, nos policiando para não emiti-los (ainda que mentalmente) e não permitindo que os outros nos dirijam nenhum;

Exacerbamos nossa sacralidade quando, finalmente, compreendemos que querer ter o controle sobre tudo o que nos cerca apenas nos traz angústia e ansiedade, e passamos a nos entregar ao acaso, permitindo o fluxo da vida e nos deixarmos surpreender;

Enaltecemos nosso sagrado quando passamos a vivenciar, verdadeiramente, nossa conexão com o Divino, seja de que forma for, acendendo o sol que mora em nosso coração e nos fazendo, pois, resplandecer em luz e amor;

Mas, notadamente, honramos nossa condição de seres sagrados quando nos reconhecemos conectadas umas às outras, nos tratamos como irmãs e deixamos de lado invejas, competições e ciúmes para, juntas, sentirmos a força da nossa união e o fato de ser, todos os dias, uma excelente oportunidade de celebrarmos a nossa existência!

Imagem de capa:Kitja Kitja/

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“Servidora Pública da área jurídica, porém estudante das questões da alma. Inquieta e sonhadora por natureza, acha a zona de conforto nada confortável. Ao perder-se nas palavras, busca encontrar um sentido para sua existência...”