Estaremos sujeitos a errar durante nossa caminhada, o que pode ser benéfico. Erramos porque temos a coragem de tentar, de ousar, de sermos aquilo que queremos e de lutarmos por aquilo em que acreditamos. Somente quem não age fica imune aos erros, porém, assim, pouco se aprende, pouco se movimenta, pouco se cresce.
Analisar o erro, para refletirmos sobre a forma como vimos agindo, no sentido de mudarmos as ações que não estão trazendo resultados desejáveis, é uma necessidade, seja na vida, na escola, no trabalho, seja nos relacionamentos vida afora. Termos maturidade suficiente para encararmos nossas derrotas e nelas perceber o reflexo direto de tudo o que fizemos, das nossas más escolhas, de nossa própria semeadura, será o que nos possibilitará melhorarmos a cada dia.
Por outro lado, se nos postarmos como vítimas do destino, do acaso, do mundo em si, tentando nos isentar de qualquer responsabilidade sobre o que nos acontece, nada aprenderemos, ou seja, continuaremos voltando aos mesmos descaminhos, feito um pião que roda em torno de si mesmo. Não assumir a parcela que nos cabe no rumo dos acontecimentos em que nos inserimos significa distanciar-se das possibilidades de recomeço que o amanhã sempre traz.
No entanto, conscientizar-se de que errar faz parte da vida não significa, de forma alguma, que não existam erros inadmissíveis e imperdoáveis. Porque existe quem erre deliberadamente, com consciência, sabendo, no fundo, que está agindo de maneira contrária ao que deve ser feito, como quem trai um amor, quem desvia dinheiro, quem ofende e violenta, quem oferece e recebe propina, quem agride e fere repetidamente. A gente sabe o que é certo e errado, sim, por isso é que muitos erram de propósito – e isso é muita sacanagem.
Agirmos de maneira equivocada, tentando fazer o certo, acreditando no que nos move, na intenção de obter resultados positivos, é algo a que ninguém foge. Felizmente, é assim que a gente aprende a se consertar, a se enxergar e a enxergar o outro. No entanto, pautar suas ações por erros não somente uma, mas inúmeras vezes, é claro sinal de que a pessoa está agindo conscientemente, ferindo princípios éticos porque quer fazê-lo, na maioria das vezes em proveito próprio. Chame-se de egoísmo, de falta de caráter, de burrice, o que for, mas sempre haverá quem capriche nos erros – e quão amarga será sua colheita…
Imagem de capa: Evgeny Hmur/shutterstock
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