Como será o trabalho no futuro?
A Uniqlo, rede japonesa de roupas, vai implementar a semana de 4 dias de trabalho. A ideia por trás é fazer com que os empregados fiquem mais satisfeitos e que tenham tempo para seus afazeres pessoais. No caso da Uniqlo, ainda é um teste, e não é tão bom quanto parece, pois as horas do dia não trabalhado devem ser acrescidas aos quatro dias de trabalho.
Por outro lado, essa decisão faz parte de um movimento maior e que está crescendo cada vez mais rápido. Os empresários se deram conta de que empregados felizes fazem bem aos negócios. Netflix e Wallmart também implementaram mudanças visando a deixar os funcionários mais satisfeitos.
Como um todo, é um movimento sem volta. Estamos vivendo uma fase de transição. O sistema tradicional de trabalho está em decadência. No Brasil, persistem os defensores ferrenhos da antiga CLT. Não dá para criticar, pois o setor empresarial brasileiro, de um modo geral, ainda é mais explorador do que inovador. No entanto, outras formas de relação laboral mais livres e menos “repressivas” tem ganhado espaço. Além disso, aumenta cada vez mais o número de jovens que empreendem pela internet. Com tantas alternativas ao trabalho “tradicional”, as grandes empresas terão que se adaptar para manter seus funcionários, criando benefícios e até aumentando os salários. Os empregos “normais” vão diminuir cada vez mais, pois haverá cada vez mais empreendedores individuais.
Aliás, por falar em empreendedores, o futuro é deles. A evolução tecnológica vai eliminando aos poucos os “trabalhos idiotas”, aqueles que não agregam mais valor à sociedade. Os trabalhadores do futuro aprenderão a se inserir socialmente de uma maneira sutilmente diferente: inovando, criando valor, e recebendo um retorno financeiro por esse trabalho.
Aposte na internet. Ela continuará encurtando distâncias, derrubando burocracias e simplificando a vida das pessoas. E o trabalho do futuro também “sofrerá” com isso. Conflitos do tipo Taxi x Uber tendem a aumentar cada vez mais. Os trabalhos “intermediários” vão acabar. Se o seu trabalho não é “atividade fim”, está na hora de começar a se preocupar. Pense, por exemplo, no que fazem o Google e o Facebook: eles eliminam intermediários, ou seja, conectam diretamente aquele que tem um problema a quem tem a solução. Tome outro exemplo: o AirBnb. A empresa não possui um imóvel sequer, mas faz a conexão direta entre quem tem um problema (precisa de hospedagem de curto prazo) e quem tem a solução (um quarto ou uma casa para alugar). Não são mais necessários tantos telefonistas/recepcionistas de hotel, agências de viagem etc.
Esta é a grande sacada. Os novos empreendedores serão aqueles que resolverão os problemas das pessoas. Você pode estar pensando: isso sempre foi assim! É verdade. A diferença agora é que um indivíduo com um computador e conexão à internet pode resolver o problema de milhares de pessoas. E esses problemas serão cada vez mais específicos: cuidar do meu cachorro, aprender a jogar poker, aprender a resolver conflitos familiares. Para cada um desses exemplos, já existem empreenderes compartilhando conhecimento e fazendo dinheiro com a venda de seus produtos.
Thomas Friedman, ainda em 2005, no seu livro “O mundo é plano” já constatava essa tendência. Ele também previu que as fronteiras serão extintas. Um indivíduo venderá seu conhecimento para empresas e outras pessoas em qualquer lugar do mundo. A barreira da língua também tende a cair, graças aos cada vez mais sofisticados softwares de tradução. Você poderá compreender o que um chinês lhe disse, e responderá em português. Ele também lhe entenderá!
A área da educação também sofrerá uma revolução. A Educação formal que conhecemos, já não tem tanto valor. Não é por acaso que o sujeito estuda cinco anos na faculdade e depois vai trabalhar numa área que pouco tem a ver com aquilo que estudou. As universidades formam generalistas e o mundo cada vez mais valoriza os especialistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem especialistas que oferecem cursos completos pela internet de empreendedorismo, com duração de até um ano. Nenhuma universidade oferece isso! São jovens empreendedores, muitas vezes milionários antes dos 30 anos, que observaram uma demanda e criaram uma solução específica para um grupo específico de pessoas. O bom currículo, no futuro, será baseado no que a pessoa construiu, e não o quê, ou onde ela estudou.
As mudanças estão em curso. Você pode até ser contra, mas não adianta bater de frente. No futuro, tudo será diferente, e o seu trabalho também! Você está preparado?
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