Todo fã de comédias românticas sabe que o gênero viveu seu auge entre os anos 90 e o início dos 2000, quando surgiram clássicos como ‘Uma Linda Mulher”, “Noiva em Fuga”, “De Repente 30” e “Ela é Demais”. Hoje, no entanto, a fórmula que levou multidões ao cinema parece um tanto quanto desgastada e são raros os casos em que algum novo exemplar dessa categoria de filmes provoca algum barulho.
Percebe-se um olhar desdenhoso do público de 2023 para o gênero que alavancou as carreiras de figuras como Julia Roberts e Sandra Bullock. Isso em parte se deve à quase inevitável repetição de clichês nas narrativas dessas produções. As histórias contadas hoje parecem ser as mesmas de décadas atrás, e isso se torna um erro gravíssimo se considerarmos que a renovação de público de uma determinada categoria de filmes só acontece quando as novas gerações se veem refletidas na tela.
Diante desse cenário, o longa “Amor ao Primeiro Beijo” chegou à Netflix na última sexta-feira (3/3) com a ingrata missão de chamar a atenção de um público que costuma se deixar seduzir por aspectos que ele não tem a oferecer, como um elenco hollywoodiano estrelado ou um romance teen açucarado. Felizmente, o público da Netflix ainda prestigia histórias bem contadas e o filme dirigido por Alauda Ruiz de Azúa rapidamente conquistou seu espaço entre os 10 mais vistos da plataforma.
No filme, acompanhamos a história de Javier, um homem que descobriu ter um dom inusitado: ao beijar uma mulher, ele consegue prever o futuro da relação com ela. Esse dom faz com que o rapaz colecione relações fugazes, afinal, toda vez que prevê um envolvimento infritífero, ele escolhe cortar o mal pela raíz. Mas tudo muda drasticamente na vida sentimental do progonista a partir do momento em que ele beija uma garota quase por acaso e prevê que o futuro reserva a eles uma bonita história de amor. O problema é que essa garota é namorada do seu melhor amigo.
Como se vê na premissa, o longa espanhol não desvia dos mais adorados clichês do gênero, mas faz uso deles de maneira bastante charmosa e com personalidade própria. Tem identidade em “Amor ao Primeiro Beijo”, e isso é cada vez mais raro.
Outro ponto positivo é o talento com o qual os atores construíram seus personagens neste filme leve e despretensioso. O casal protagonista esbanja química em cena e isso já constitui mais de 80% da eficácia do longa em conquistar sua audiência.
“Amor ao Primeiro Beijo” não represntar a salvação do gênero, mas surge como um ótimo respiro.
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Redação Conti Outra
Imagem de capa: Divulgação/Netflix.
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