Larissa Dias

A triste geração que dá mais valor ao celular, do que a vida que há fora dele…

Se tem uma coisa que me deixa fula da vida, é puxar assunto com alguém que não sai do celular e não demonstra o mínimo de interesse em falar comigo. Sabe quando você puxa papo com alguém, e a pessoa está tão ocupada interagindo virtualmente que não te dá espaço para continuar a conversa?

Não vejo problema em pegar o celular para dar uma olhadinha, ver se tem alguma mensagem não lida, ou, uma ligação não atendida, contudo, não custa nada esquecer um pouco o aparelho e ouvir o que o outro tem a dizer.

Entretanto, com o avanço da tecnologia, as pessoas estão ficando cada vez mais conectadas, e esquecem como é gostoso se deixar levar por uma prosa regada de risos, leveza, e principalmente, espontaneidade.

Um exemplo claro disso é a selfie. Quando saio para dar uma volta, noto que as pessoas estão mais preocupadas em registrar os momentos, do que aproveitar as companhias. Não que seja um crime tirar fotos, longe disso, mas é inevitável. Você pega o celular, tira a foto, edita, e quer postar ali mesmo. Quando vai perceber, o passeio já acabou, e você só se preocupou em tirar fotos.

Problema que o Cantor Mick Jagger da banda Rolling Stones notou quando veio fazer um show em São Paulo, no estádio no Morumbi, em fevereiro de 2016.

Jagger concedeu uma entrevista ao SuperPop, conduzido por Luciana Gimenes. Na atração, a apresentadora perguntou a ele sobre a diferença entre os públicos da banda. O cantor disse que “São Paulo é um público diferente”. E complementou dizendo que as pessoas assistem o show através do celular. Ao finalizar a entrevista, disse que nossa cidade é a “cidade do celular”. esa, ficam com o celular na mão, ao invés de conversarem com as pessoas que estão ao redor.

A vida passa tão depressa. Os dias estão ficando cada vez mais corridos. Vivemos 24 horas conectados, e quando encontramos a oportunidade de nos desconectar um pouco, não damos abertura para as pessoas que estão dispostas a nos ouvirem.
Triste geração que é mais preocupada em registrar momentos do que vivê-los intensamente. Triste geração que não chega junto, e não faz valer a pena cada momento. Triste geração que dá mais valor ao celular, do que a vida que há fora dele.

Imagem de capa: Syda Productions/shutterstock

Larissa Dias

Estudante de jornalismo, radialista por amor, escritora nas horas vagas. Adora dar boas risadas, costuma passar os domingos de pijama assistindo filmes e séries. Apesar de não curtir baladas, é incapaz de recusar uma rodinha de violão, e para pra cantar junto. Mesmo desafinada, garante que é simplicidade em pessoa.

Share
Published by
Larissa Dias
Tags: celular

Recent Posts

Tire as crianças da sala antes de dar o play nesta série cheia de segundas intenções na Netflix

Uma série perfeita para maratonar em um fim de semana, com uma taça de vinho…

2 dias ago

Você não vai encontrar outro filme mais tenso e envolvente do que este na Netflix

Alerta Lobo ( Le Chant du Loup , 2019) é um thriller tenso e envolvente…

2 dias ago

Trem turístico promete ligar RJ e MG com belas paisagens a partir de 2025

Uma nova atração turística promete movimentar o turismo nas divisas entre o Rio de Janeiro…

2 dias ago

Panetone também altera bafômetro e causa polêmica entre motoristas

O Detran de Goiás (Detran-GO) divulgou uma informação curiosa que tem gerado discussão nas redes…

2 dias ago

Homem com maior QI do mundo diz ter uma resposta para o que acontece após a morte

Christopher Michael Langan, cujo QI é superior ao de Albert Einstein e ao de Stephen…

3 dias ago

Novo filme da Netflix retrata uma inspiradora história real que poucos conhecem

O filme, que já figura entre os pré-selecionados do Oscar 2025 em duas categorias, reúne…

3 dias ago