Quatro empresas russas, responsáveis por fornecerem mamíferos marinhos para aquários e parques aquáticos, capturaram ilegalmente quase 100 baleias belugas e orcas ao longo de vários meses no verão de 2018. Os animais estavam presos na Baía de Srednyaya, na Rússia, desde então.
As orcas e belugas atraíram atenção internacional no final de 2018 e no início de 2019, quando um drone capturou imagens de vídeo das aéreas da instalação, que mostravam 98 orcas e belugas presas e apertadas em pequenas piscinas marítimas. As filmagens levaram a mídia a rotular a instalação como uma “prisão de baleias”. A situação provocou indignação em todo o mundo, tanto pela captura em si quanto pelo tratamento dos cetáceos.
O vídeo a seguir mostra o vídeo que foi registrado pelo drone.
Após indignação internacional, o presidente russo Vladimir Putin interveio e as autoridades iniciaram uma investigação sobre a captura das baleias. As autoridades russas também assinaram um acordo conjunto com a organização sem fins lucrativos Ocean Futures Society, com sede nos EUA, e o The Whale Sanctuary Project, anunciando que todas as belugas em cativeiro (Delphinapterus leucas) e orcas (Orcinus orca) seriam colocadas de volta ao seu ambiente natural.
O fundador da Ocean Futures Society visitou a prisão antes da libertação dos animais e contou que as baleias estavam lutando e muitas tinham lesões na pele. As lesões poderiam ter sido causadas por uma infecção bacteriana por fungos, por ulceração por gelo ou por ambas. Formava-se gelo sobre a água nas cercas, que os trabalhadores precisavam quebrar regularmente usando pás para que as baleias pudessem respirar. Embora as baleias estivessem em estado de trauma, foi determinado que elas poderiam ser reabilitadas e liberadas.
Assim, em 10 de novembro de 2019, as autoridades russas anunciaram que a última das 50 baleias beluga havia sido solta na Baía de Uspeniya, na região de Primorsky, a cerca de 100 quilômetros do local da prisão.
O Instituto de Pesquisa da Rússia para Pesca e Oceanografia (VNIRO) ficou responsável pela monitoração dos animais. Algumas das belugas ainda estão na Baía de Uspeniya, enquanto outras se afastaram dos pontos em que foram libertadas. Algumas migraram até 40 quilômetros de distância.
“Agora, podemos dizer que os animais foram libertados em boas condições físicas e estão se adaptando vigorosamente à natureza, aproveitando as oportunidades de alimentos disponíveis na baía de Uspeniya e ao longo da costa da região de Primorsky”, afirmou o responsável pelo Instituto de Pesquisa.
A Rússia também decidiu mudar a lei que permitia às empresas capturar as baleias. Antes, a captura de cetáceos era legal para “fins educacionais e culturais” e mesmo a exportação de orcas para fins comerciais sendo ilegal, as empresas continuavam capturando a vida marinha através dessa brecha. A mudança fechará a brecha, permitindo a captura de cetáceos apenas para fins científicos.
Com informações de Mystical Raven
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