Imagem de capa: Antonio Guillem/shutterstock
Sejamos sinceros: ninguém aprende nada sobre a vida estando em férias, em uma praia paradisíaca, tomando água de coco. Aprendemos na dor, levando alguns socos da vida e indo à nocaute algumas vezes. Aprendemos quando o sofrimento arrebenta a alma e quando, mesmo assim, temos que seguir em frente.
Ninguém é curado se antes não houver dor. Ninguém levanta sem antes cair. Ninguém aprende o que é correto sem antes errar. Às vezes é preciso chorar muito para aprender uma lição mesmo. E, quer saber? Um brinde a isso! Um brinde a todos os foras, às porradas da vida e aos “nãos” que levamos. Eles nos fizeram crescer e chegarmos maduros até aqui.
Não dá para ficar preso à ideia de que fracassamos na vida só porque as coisas não saíram como planejamos. Entenda há uma grande diferença entre “algo dar certo” de “dar como gostaríamos”. Quando nos envolvemos com alguém estamos arriscando a sofrer ou não.
Em “Os quatro amores”, C.S. Lewis dizia que “amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo”.
Amar significa correr riscos, mas claro, de forma madura. Algumas relações dão certo, outras acabam sem explicação. Assim é a vida!
Desculpe decepcionar, mas o “fora” não é uma exclusividade sua. Caso você tenha mais de 20 anos e nunca tenha levado um, sugiro que sua vida seja estudada pela ciência. Caso você tenha levado vários e sobrevivido, saiba que isso é uma das coisas mais normais do mundo.
Você pode ser incrível, ser independente e saber falar cinco línguas diferentes, mas se o sentimento não for recíproco nunca dará certo. Esqueça a auto condenação de “se eu fosse mais magra”, “se eu fosse mais bonito” ou “se eu morasse na mesma cidade”, porque isso só tem peso para quem não ama.
É necessário parar de associar o “fora” à rejeição. As pessoas sofrem porque acreditam que estão sendo rejeitadas por quem amam. Mas, na verdade, não é nada disso. Ninguém leva um fora pela aparência, pela cor do cabelo ou pelos quilos que tem. Levamos (e damos) foras porque não houve sentimento em relação ao outro. Só isso! Não há (ainda bem) como obrigar as pessoas a nos amarem só porque nos apaixonamos por elas. Somos livres!
Essa (péssima) mania que temos de falar que fomos iludidos e que a pessoa não presta é só uma forma de justificar o fora que levamos e de esconder nosso ego ferido.
Ainda temos muito o que aprender sobre relacionamentos que terminam e sobre aquelas que nem chegam a começar. Precisamos entender que levaremos muitos foras na caminhada da vida. Alguns serão sutis, outros serão em formas de desaparecimentos no estilo Copperfield e outros doerão como um soco na boca do estômago. Mas, brindemos a todos eles! Um fora é a forma que o destino encontrou de nos defender de uma dor futura.
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