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Um grupo de mulheres africanas se uniu para combater os caçadores de animais na África

Há um conflito no continente africano, mas não ouvimos muito sobre o trabalho árduo realizado nas linhas de frente. No centro do conflito? Chifres de rinoceronte. Eles são muito procurados no mercado negro, valem mais que ouro, e as pessoas vão fazer o que for preciso para roubá-los. Na África do Sul, onde estão cerca de 80 por cento da população mundial de rinocerontes, 1.028 foram caçados em 2017, o equivalente a quase três rinocerontes capturados todos os dias, de acordo com estatísticas oficiais do Departamento de Assuntos Ambientais da África do Sul. Felizmente, esses números caíram em comparação com 2016, e isso se deve em parte às patrulhas das Black Mambas, uma unidade anti-caça furtiva essencialmente feminina, sediada na Reserva Natural Balule, no Parque Nacional Greater Kruger, da África do Sul. Seu mantra: se não pararmos os caçadores, quem o fará?

“Quero proteger a natureza e garantir que meus filhos e as gerações futuras possam ver rinocerontes e toda a vida selvagem na vida real, não apenas em imagens nos livros”, diz Collet Ngobeni, 33 anos, membro das Black Mambas .

Ngobeni é uma das 33 mulheres (e dois homens) que lutam contra a destruição da população de rinocerontes no Kruger Park, que já foi considerado foco de caça furtiva. Ao contrário da maioria das unidades de combate à caça furtiva, é composta quase exclusivamente por mulheres, e os membros vão à luta de “mãos limpas”. As unidades de combate à caça furtiva geralmente são compostas por militares que vão até os caçadores furtivos usando helicópteros e todo o aparato militar. Mas as Black Mambas acreditam que a batalha não precisa ser travada por esses meios. Elas são os olhos e os ouvidos da terra. Seu objetivo não é criar mais conflitos, é apenas salvar os rinocerontes.

A unidade passa grande parte do dia caminhando no campo. Eles procuram caçadores ilegais em patrulhas de vigilância diárias, coletam informações, removem armadilhas destinadas a capturar animais selvagens e rastreiam cozinhas de carne silvestre e acampamentos de caçadores. Se ficarem cara a cara com um caçador furtivo, eles são equipados com walkie-talkies para pedir apoio. Atravessar as planícies da reserva durante oito horas por dia no calor intenso não é uma tarefa fácil. E caçadores não são a única ameaça, também há elefantes, búfalos e leões a caminho.

“O maior desafio é treinar e trabalhar no mato com animais perigosos”, diz Ngobeni. “Mas o que mais gosto no meu trabalho é estar na natureza e ver animais”, animais que ela espera que estejam disponíveis para que as próximas gerações os conheçam.

As Black Mambas são modelos para essa geração, em grande parte graças ao programa Black Mambas Bush Babies. Ao trabalhar com crianças entre 12 e 15 anos, os Black Mambos ensinam-lhes os diferentes comportamentos da vida selvagem, ensinam como proteger os animais e ainda lhes dão uma profunda compreensão de ecologia e conservação do meio-ambiente.

Durante as férias escolares, as crianças são levadas para a reserva para ver os animais sobre os quais estão aprendendo. Ver elefantes através dos arbustos ou hipopótamos em uma poça de água lhes dá uma conexão mais profunda com os animais que eles conheceram nas aulas. O Bush Babies tem sido tão bem-sucedido desde o seu lançamento em 2015 que já foi introduzido em dez escolas no Parque Nacional Greater Kruger.

As Black Mambas, muitas dos quais são mães e pilares de suas família, tornaram-se heroínas em suas comunidades. Em uma indústria notoriamente dominada por homens, em uma parte do país onde muitas vezes se espera que as mulheres fiquem em casa, elas estão provando que não precisa ser assim. “Ser mulher Black Mamba é como ser uma rainha da selva”, diz Leithah Mkhabela, 25 anos. Mostrar esse exemplo às meninas é tão importante para a unidade quanto proteger a vida selvagem e educar as comunidades sobre conservação.

“Ser uma Black Mamba dá poder a você”, diz Mkhabela. “Através de nosso trabalho duro, confiança e todas as nossas conquistas, fizemos pessoas de todo o mundo nos aceitarem”.

Como o trabalho em si, a jornada para chegarem onde estão hoje foi desafiadora. Quando as mulheres começaram o trabalho em 2013, muitos dos homens de suas comunidades riram delas. Mas sua taxa de sucesso acalmou os incrédulos (a caça furtiva e a captura de animais no Grande Kruger caíram mais de 70%), e a unidade está prosperando. “Quero ver as Black Mambas crescerem para que haja muito mais mulheres trabalhando aqui, em todo o país e no mundo”, diz Ngobeni.

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Redação CONTI outra. Com informações de Nation

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