Entre os principais aspectos que cercam o Alzheimer, doença degenerativa que danifica áreas do cérebro e provoca perda de memória, o diagnóstico em fases iniciais e segue como um dos grandes desafios da área médica. Com essa problemática, pesquisadores da Unicamp criaram um método inédito para identificar os sinais iniciais da patologia.
A tecnologia foi gestada pelo Instituto de Computação da universidade, numa parceria com o Instituto Nacional de Saúde, dos Estados Unidos. A técnica, que utiliza de ressonâncias magnéticas baseadas em mais de 20 mil imagens de cérebros (saudáveis e doentes), cria um processo computacional de inteligência artificial, e torna um computador capaz de mostrar quais áreas do cérebro estão em estágio inicial de Alzheimer.
“Nossa ideia é fazer uma ferramenta que auxilia o diagnóstico. Vamos gerar os dados para o médico tomar uma informação mais detalhada, embasada, precisa e mais rápida”, explica o pesquisidor Guilherme Folego ao portal G1.
Guilherme explica que os médicos só possuem certeza da manifestação do Alzheimer quando a doença avança, e que o atual sistema utilizado para apontar a probabilidade da doença demora de 15 a 20 horas. “Este novo sistema, por outro lado, leva de 10 a 15 minutos. Você consegue ajudar o médico a fazer um diagnóstico mais preciso e eficiente”.
A etapa seguinte da pesquisa, segundo os pesquisadores, é encontrar parcerias para que a nova ferramenta seja utilizada por meio de software, ou seja, funcione através de um programa de computador a ser instalado nos consultórios médicos e laboratórios. A neurologista Luiza Piovesana explica que nem todas as alterações cerebrais desenvolvem o Alzheimer, mas que as doenças degenerativas costumam começar da mesma forma, fazendo com que o diagnóstico precoce seja fundamental.
“Esse cérebro que você pega no começo, você consegue tratar muito melhor do que em um cérebro avançado, que já teve uma perda neuronal muito importante”, afirma a neurologista.
Segundo ela, a identificação prévia da doença pode gerar ótimos resultados aos pacientes. “Com isso, melhora a qualidade de vida e também melhora o que a gente fala que é a funcionalidade, que é a pessoa conseguir fazer as coisas a que ela se propõe a fazer”, completa.
Com informações do G1, via Psicologias do Brasil