Os vagalumes são insetos conhecidos por emitir luz através de reações químicas internas em um processo chamado de bioluminescência, com o intuito de atrair parceiros e se reproduzir. O ritual é um dos mais belos espetáculos da natureza e já virou atração turística em países como Japão, China e Malásia. Entretanto, esses espetáculo podem estar ameaçados. De acordo com um estudo recente, essas magníficas espécies de insetos estão sob risco de extinção.
Não há como medir o tamanho das populações de todas as espécies de vaga-lumes pelo mundo, porém algumas bastante estudadas, como o vaga-lume europeu comum (Lampyris noctiluca), vêm diminuindo mais a cada ano, fato que colocou especialistas em estado de alerta.
A preocupação com essa espécie de insetos não é de hoje. Estudos anteriores já haviam sinalizado esse cenário, com até 41% de espécies de insetos enfrentando sérios riscos de extinção. O novo estudo, entretanto, focou especialmente nas ameaças a diferentes espécies de vaga-lumes – algo inédito até então.
Segundo o estudo, o risco de extinção dos bichos se deve, principalmente, a três fatores:
– Perda de habitat: Algumas espécies de vaga-lumes precisam de condições específicas para completar seus ciclos de vida. Pteroptyx tener, uma espécie de vaga-lume encontrada na Malásia, por exemplo, está sob sério risco porque é adaptada ao manguezal do país. Nas últimas décadas, os mangues malasianos vêm sendo substituídos por plantações de óleo de palma.
– Poluição luminosa: As luzes artificiais afetam os ritmos de diversos animais (incluindo os próprios humanos), mas elas são especialmente danosas para os vaga-lumes, que utilizam suas próprias luzes para atrair parceiros. Em um mundo onde pelo menos 23% da superfície é constantemente iluminada, esse processo fica mais difícil para os animais.
– Inseticidas: Grande parte dos vaga-lumes passa por estágios larvais, em que ficam enterrados ou debaixo da água por até dois anos enquanto se desenvolvem. É justamente nesse período que os insetos estão mais vulneráveis a inseticidas como neonicotinóides ou organofosfato – que são usados para matar pestes, mas que podem acabar afetando também insetos benéficos, incluindo os vaga-lumes.
Para lidar com o problema, os cientistas e ativistas vêm pensando em estratégias para preservar esses insetos tão únicos.
“Nosso objetivo é disponibilizar esse conhecimento para donos de terras, para quem cria políticas públicas e para fãs de vaga-lume em todo o mundo”, diz Sonny Wong, da Sociedade Natural da Malásia e coautor do novo artigo. “Queremos manter os vaga-lumes iluminando nossas noites por muito, muito tempo”.
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Redação Conti outra. Com informações de Super Abril
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