Imponho-me uma dura dança, um combate diário entre a força que acho que tenho e o quanto realmente posso suportar. “Sou forte”, ouço o eco da minha voz, enquanto mais uma lágrima descama a fortaleza. Das forças que tenho em mim, só conheço a medida certa que se aplica aos momentos cruciais, de crise, onde a Fênix voa mais alto e zomba da minha cara assustada no espelho. Sou várias. Há aquela que fica com as mãos no colo e espreme os olhos pra não ver enquanto a outra abre a janela e beija o sol sem protetor solar. Há uma outra que passeia em mim pelas manhãs, sempre com a mesma disposição e um farto sorriso. Pousa os olhos nas minhas retinas e toca o meu ombro com cuidado, estica as minhas asas e apara os meus medos massageando a minha alma com palavras inventadas. Deve haver nessa imensidão de mim, as outras que não conheço, que serão sempre parentes distantes do meu presente, mas que de alguma forma ajudam as outras que estão em exercício a se mostrarem em suas máximas potências e assim permaneço: (alterável); grávida do que fui e à espera do que ainda vou me tornar.
Imagem de capa: Alena Stalmashonak/shutterstock
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Poucas pessoas conseguem passar pelos 14 minutos arrebatadores deste filme sem derramar uma única lágrima.