No Brasil, há alguns meses, a cantora Sheila Mello, dona de um corpo escultural e dentro de todos os “padrões desejáveis” da sociedade atual, foi chamada de “velha” após compartilhar um vídeo dançando.
Na época do início da pandemia, quando as mortes acentuadas atingiam principalmente pessoas de mais idade, o ator Antônio Fagundes, indignado, comentou sobre esse fenômeno que, ao invés de valorizar as pessoas pela sua história de vida e experiência, as reduz a algo menor e digno de descarte quando estão mais velhas.
Recentemente, no próprio remake de “Topgun” a atriz que fazia o par romântico com Tom Cruize, Kelly McGillis, não teria sido convidada para participar do filme por estar muito velha.
Ainda temos o caso da Xuxa, que cada vez que aparece nas redes sociais é hostilizada por parte do público que a menospreza porque considera sua figura envelhecida.
É comum vermos corpos jovens expostos nas redes sociais, principalmente no Instagram. Segundo blogueiros que trabalham dentro da plataforma, mostrar o corpo é uma das formas de conseguir mais alcance nas publicações, pois os algorítimos do sistema são mais responsivos a isso.
O mesmo aconteceu com a ex-modelo tcheca, naturalizada norte-americana, Paulina Porizkova, que hoje possui 57 anos. E, assim como no caso de Sheila Mello, apesar possuindo um biotipo dentro do que pode ser mais idealizado, mesmo tendo uma vida inteira dedicada aos cliques mais perfeitos em sua carreira de super-modelo, ainda assim, foi chamada de “ridícula” por mostrar seu próprio corpo. Por quê? Simplesmente porque sua idade, de acordo não seria mais “desejável” é considerada avançada demais.
No Instagram, entretanto, Porizkova postou a mesma fotografia dela com roupas de praia ao lado do comentário do internauta, convidando o público que a segue para se amar independente de críticas que precisam ser enfrentadas.
“Acho que a gente fica mais bonita com a idade. Conquistamos nossa beleza, entendemos o que é e podemos vê-la muito melhor. Não existe ‘feio e velho’. Existem apenas cegos e ignorantes. (…) Estou postando isso porque este é um sentimento generalizado que precisa ser removido. Para que possamos nos orgulhar de envelhecer, como merecemos!”.
A lição dessas celebridades que, mesmo ricas, famosas e belíssimas são alvo de escárnio é que o preconceito vê muito mais do que a fotografia. Os comentários refletem um utilitarismo social que não aceita pessoas que não são mais consideradas “produtivas” para uma sociedade capitalista que exige o máximo da juventude. As pessoas, por saberem que serão descartáveis, têm medo de seu próprio envelhecer e, por isso, odiar quem mostra seu próprio futuro incerto pode ser uma das maneiras irracionais de lidar com a sua própria finitude e medo de descartabilidade.
Corpos normais, com tamanhos, cores e idades diferentes precisam ser vistos até que eles sejam normalizados e não causem mais medo e muito menos repulsa em quem olha para eles. Os padrões estéticos mudam ao longo dos anos e são “construídos”. E, assim como foram construídos, precisam ser descontruídos quando tornam-se nocivos e destrutivos para as pessoas. O silenciamento não é uma opção.
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Em seguida deixamos a disposição uma live da psicóloga Josie Conti. A gravação aconteceu no último dia 13-03-2023 e trata de assuntos correlatos ao etarismo. Josie possui uma live diária em seu canal do Instagram e, recentemente, lançou o livro Todo pé na bunda nos empurra para frente.
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