A pesquisadora Erika Friedmann e seus colaboradores da Universidade de Maryland investigaram uma possível relação entre ter um cão e a melhora do funcionamento cardíaco dos seus donos.
A pesquisadora acompanhou um número considerável de pessoas que havia sofrido infarto e descobriu que comparadas com as que não tinham cachorros, as que tinham, apresentaram uma chance nove vezes maior de estarem vivas depois de 12 meses. E tendo descoberto isso novas pesquisas foram feitas e concluíram que donos de cães enfrentam melhor o estresse do dia-a-dia, encaram a vida de forma mais relaxada, têm uma estima mais elevada e são menos propensos a ter depressão.
Os benefícios de ter um cão não param por aí. Os pesquisadores decidiram comparar as benesses da presença do marido/esposa dos participantes em contraponto com a presença do cachorro de estimação dos mesmos. Na presença do animal os participantes cometeram menos erros, apresentaram pressão arterial menor e os batimentos cardíacos mais espaçados.
Intrigada com os resultados, a pesquisadora Karen Allen, da Universidade de Nova Iorque fez um novo estudo surpreendente. Karen selecionou corretores estressados da bolsa de valores, os dividiu em dois grupos aleatórios, arranjou um cão para cada participante de apenas um dos grupos e saiu de cena voltando apenas meses depois.
Os corretores que cuidaram de cães estavam muito mais relaxados em comparação aos que não receberam nenhum animal de estimação. Ter um cão é, dentre outras coisas, uma ótima medida contra a hipertensão, foi o que concluiu a pesquisadora.
Independente das pesquisas que comprovam os benefícios de ter um cão, não é preciso ser um pesquisador para saber o quanto é bom ter por perto um animal com uma inteligência emocional tão apurada e com uma personalidade que se afina à humana de forma tão especial.
Muita gente conta que humanos começaram a ter cães por perto para proteção, para caça, para consumir o que o humano não queria. Dizem até que alguns tinham cães, a certa altura, para a limpeza das mãos em sua pelagem, antes de existir qualquer cartilha de bons modos, mas sinceramente, ter um cão por perto é muito mais que ter um animal simbiótico ao alcance das mãos.
O cachorro nos faz lembrar que somos seres dotados de uma capacidade imensa de dar e receber carinho e sobretudo que, como humanos, precisamos nos comunicar afetivamente de forma presencial. Pacientes internados em hospitais quando têm alguém para lhes segurar as mãos apresentam uma melhora considerável em se tratando de frequência cardíaca. Quem tem um cão em casa exercita diariamente esse toque afetivo tão importante e negligenciado nos dias atuais.
Cães nos lembram de forma graciosa que precisamos traçar no mundo nossas próprias trilhas. Um cão induz o seu dono a caminhar, isso é notório, e os passeios com o amigo peludo culminam em uma maior interação com outras pessoas. É comprovado que na presença de um cachorro as pessoas se sentem mais inclinadas a se aproximar para uma conversa. E geralmente, nesses casos, se aproximam sorrindo, amistosas e dispostas a falar sem pressa.
Cachorros são fiéis. Se apegam mais aos donos que ao espaço em que vivem. Adoram demonstrar que sentem saudade, despertando uma alegria íntima em quem chega em casa depois de um dia exaustivo de trabalho.
Cães nos lembram que a felicidade habita coisas singelas como uma conversa despretensiosa em uma caminhada de fim de tarde. Cães são terapeutas peludos e sociáveis que nos fazem entender que as pequenas alegrias moram na simplicidade, na amizade, no afeto e cuidado.
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Atribuição da imagem: pixabay.com – CC0 Public Domain
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