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Regiões de São Paulo, como a zona norte, e cidades do interior do Estado estão se vendo às voltas com o surgimento de escorpiões, que, nesta época do ano, de forte calor e umidade, aparecem sem ser convidados nas residências e oferecem risco à saúde dos moradores. Esses animais de hábitos noturnos são loucos por locais quentes e úmidos, explica a bióloga Denise Maria Candido, assistente técnica do Instituto Butantan, que atribui a frequência com que os escorpiões têm aparecido em nossas vidas ao crescimento desordenado das áreas urbanas, uma vez que, ao contrário das cobras, que preferem as áreas rurais, aqueles preferem o meio urbano.
“Nós estamos jogando a mata mais para fora da cidade, jogando para fora os predadores deles, e ainda gerando aquilo que é muito bom para eles, que é o alimento deles, que são as baratas”, diz Denise. Como não tem abrigo fixo, essa espécie de aracnídeo sai à noite à procura de novos lugares, que pode calhar de ser um tênis deixado no chão ou a roupa pendurada no cabideiro.
Denise revela que as espécies mais prevalentes na região Sudeste são também as mais perigosas: o escorpião amarelo e o escorpião marrom, embora ultimamente haja registro também de acidentes envolvendo o escorpião amarelo do Nordeste. Em caso de picada, a coisa certa a fazer é lavar o local afetado com água e sabão e procurar atendimento médico. Denise alerta que nunca se deve amarrar o local, nem jogar qualquer produto sobre a picada – no máximo, recomenda-se aplicar uma compressa com água quente para aliviar a dor, que é muito forte. Também é aconselhável levar o animal – vivo ou morto – para o hospital, onde a vítima será tratada com soro antiescorpiônico ou soro antiaracnídico.
Os hospitais especializados nesse tipo de atendimento estão relacionados no site do Centro de Vigilância Epidemiológica. Na cidade de São Paulo, um endereço de referência é o Hospital Vital Brazil, vinculado ao Instituto Butantan, que permanece aberto as 24 horas do dia. É importante observar que nem toda picada de escorpião leva à morte. Segundo a bióloga do Instituto Butantan, há três níveis de risco: fraco, moderado e grave, e a cada um deles corresponde um procedimento médico. As mortes ocorrem principalmente entre crianças e idosos.
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Créditos do audio- Rádio Usp