Marcel Camargo

Às vezes, bloquear alguém não é criancice, mas estratégia de sobrevivência

 

A melhor maneira de cultivarmos nossos relacionamentos, para que eles durem, é o constante diálogo, a fim de que não se acumulem pendências de nenhum lado. Falar o que incomoda com sinceridade evita futuros rompantes de discussões pesadas, por carregarem o que se calou por muito tempo. Infelizmente, porém, nem sempre será possível se acertar com o outro, tampouco continuar a conviver amigavelmente com ele.

Muito se fala, hoje, sobre a necessidade de mantermos certa cordialidade com as pessoas que saem de nossas vidas, para agirmos como alguém maduro e bem resolvido. Acontece que existem coisas que não foram nem nunca serão bem resolvidas, pois terminaram após muita mágoa, dor e decepção. A gente sobrevive, a gente se recompõe e segue, mas vai carregando muitas cicatrizes nesse caminho.

Para que possamos retomar as rédeas de nossa própria vida, após sairmos de um relacionamento em que tanto investimos, será preciso tempo, calma e distanciamento. Sim, teremos que nos distanciar daquela rotina a que nos acostumáramos, para que nosso emocional se acostume a uma nova situação afetiva. E isso implica, muitas vezes, evitar quem já não mais será parte de nós, porque então teremos que acordar, todos os dias pela frente, sob uma nova perspectiva de vida. E dói.

Isso também vale para outros tipos de relacionamentos além dos amorosos, uma vez que, em muitos casos, somente conseguiremos prosseguir e nos fortalecer, quando pudermos confinar alguns sentimentos, lembranças e pessoas na área do esquecimento. Não há demérito algum em ignorar, bloquear no face e na vida, em evitar qualquer tipo de contato com pessoas que nos machucaram demais, pessoas falsas, tóxicas. Caso tenham filhos em comum, então a história muda, pois os pais devem conversar sobre aquilo que diz respeito aos filhos, sim.

Não podemos prever os acontecimentos, o desenrolar das tramas que tecem nossa vida, tampouco mandaremos em nossos corações, entretanto, sempre teremos a possibilidade de optar por quem permanecerá ou não em nossa caminhada. Não será uma tarefa fácil e tranquila, muito pelo contrário, mas é assim que a gente faxina a alma e prossegue na lida.

Imagem de capa: oatawa/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

Recent Posts

Especialista em linguagem corporal desvenda significado de gesto do filho de Trump na posse

Barron Trump chamou atenção na cerimônia de posse do pai ao fazer um gesto curioso.…

1 hora ago

Filme romântico que chegou na Netflix vai aquecer seu coração e melhorar seu dia

Um filme doce, charmoso e divertido que oferece um descanso para o cérebro e faz…

2 horas ago

Pescadores se chocam ao descobrir restos mortais de criatura bizarra em pântano

Os pescadores dizem nunca terem visto nada parecido antes e descrevem o ser como "assustador"…

8 horas ago

Itens de luxo e viagens caríssimas: o que Fernanda Torres pode ganhar caso seja indicada ao Oscar

A atriz, que foi presenteada com mimos avaliados em até 1 milhão de dólares ao…

10 horas ago

Quem procurar quando você está desesperado e não sabe em quem confiar?

Quando enfrentamos momentos de desespero e não sabemos em quem confiar, a busca por ajuda…

1 dia ago

A importância da hidratação na rotina dos gatos

Você sabia que uma boa hidratação é fundamental para a saúde do seu gato? No…

1 dia ago