Somos como qualquer povo, universais, curiosos, criativos e não nos contentamos com o óbvio de cada dia. Gostamos do prazer que surpreende nas situações mais simples; sabemos amar de graça e com a graça de um povo risonho e alegre; causamos e chamamos atenção quando pisamos em solos estrangeiros; somos fogos cruzados que brilham nos campos de batalha; entendemos e provamos do poder transformador da arte, do fazer, da expressão que nos ampara na fé que temos na vida. Buscamos um espaço mais generoso dentro desse universo tão nosso.
Dizem muito por aí que o brasileiro gosta da boa vida, passar férias no exterior e esbanjar com o supérfluo. Feriado, então, nem se fala, alguns dariam até parte da vida por um. Muitos também irão bater nessa tecla falando em “vagabundagem”, estereotipando a coisa com rótulos banais. E a essa altura, alguns reclamam da falta de direitos básicos, do analfabetismo, da imitação ao modelo norte-americano e europeu, culpando essas faltas e imitações como justificativas do nosso atraso cultural. Com humor ou não, vale pesar como usufruímos do nosso lazer aliado ao trabalho, somados aos nossos prazeres.
Mas não há nada mais chato quando ouvimos a expressão correr solta do tal do “jeitinho brasileiro” – jargão batizado de convicções e certezas que só existem na cabeça de quem fala -, aí viramos a casaca e buscamos nos impor como um povo digno e trabalhador como qualquer outro que ajuda a manter a harmonia e funcionamento de um país.
Abandonando os rótulos e estereótipos, deixando-os onde devem estar – no submundo da ignorância – merecemos muito mais que estes discursos dominantes nas formas de poderes corrosivas vigentes em nossa sociedade se anulem, e que possamos buscar o real sentido do nosso lazer nesse país tão vasto em cultura, sorrisos, acolhidas e alegrias reconhecidas em todas as partes do mundo. Ficamos alegres e nos sentimos valorizados com a nossa identidade.
Que há roubalheiras, falsos sonhos e mentiras espalhados por todos os cantos não há como negar, o melhor que temos a fazer é assumir nossas fragilidades. Porque também temos a força impulsiona nossas lutas e conquistas. E necessitamos lutar por alguns planos inacabados dentro dos sonhos, para não irmos embora daqui com a sensação de que a chance que nos foi dada não foi suficiente para sermos um pouquinho felizes dentro de apenas uma vida reservada para nós.
Lazer e boa vida, quem não os deseja que atire a primeira pedra. Temos consciência da situação mundial, dos migrantes, da escassez de água, da falta de emprego adentrando as casas das famílias, do submundo das drogas, da violência extrema praticada de forma gratuita contra os mais indefesos, da fome que mata milhões de pessoas diariamente, da ausência de altruísmo e justiça entre os semelhantes, da falta de amor entre os seres humanos. São questões universais que necessitam de uma compreensão universal do humano e que não admitem pensarmos trancafiados em rótulos ou câmaras de gás.
Não somos preguiçosos alheios, infames, despreocupados. Somos, acima de tudo, humanos criativos que se equilibram na frente da vida com dois pés e duas mãos, e às vezes até nos falta um desses membros e aí buscamos alternativas que nos coloquem de pé no mundo. Bem que poderíamos abstrair todos esses julgamentos vergonhosos que vêm sobretudo das manipulações políticas e da burocracia de mentiras que hoje ganharam as rédeas das vida e cultura brasileira. Não podemos aceitar ser um povo submisso neste país tão rico e vasto, o maior da América do Sul.
Talvez estejamos em busca de vivenciarmos algo como o ócio criativo que o sociólogo italiano Domenico de Masi nos abriu as portas do seu pensamento, a fim de analisarmos melhor como podemos colocá-lo em prática com as nossas fontes de recursos naturais e humanos. Inteligência temos de sobra. Esse ócio criativo não é ficar sem fazer nada e de pernas pro ar o tempo que quiser – não podemos confundir – é sobretudo um estado de exercitar e direcionar nossa mente em trabalhos que exigem a criatividade aliada ao prazer. Abrir espaços isentos de culpas para transformar nossa genialidade numa forma mais livre e desimpedida de viver.
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