Até quando trataremos mágoas e afins como uma extensão do nosso corpo? Até quando permitiremos que a vingança nua e crua seja o principal motivo para seguirmos em frente? Desculpe, mas isso de pagar na mesma na moeda ou fazer pior é um abismo para quem quer tranquilidade no coração. Em vez de sucumbirmos ao não querer, por que não tratarmos da nossa própria cura? Viva bem. Ame bem. Livre-se dos passos penosos e assuma que, viver bem é a melhor vingança.
Se alguém atirou tristeza no seu peito, esqueça. Persistir numa jornada de lágrimas por inverdades ditas por quem quer que seja, pesa. Não limite felicidades de acordo com escolhas alheias. A respiração fica escassa e novas oportunidades podem não ser aproveitadas. Até o amanhã fica comprometido mediante a essa angústia atroz. E defender – mesmo que por um segundo, através de inúmeras justificativas, não leva a lugar algum. Porque paz de espírito é para os dispostos. É para os desinibidos de perdões. Reconheça, mude e atreva-se a iniciar novos capítulos.
Ainda existe o hoje antes do amanhã chegar. Um amor que não ficou, uma perda profissional que dilacerou, um adeus repentino que aconteceu. A dor pode ser paralisante e deixar cicatrizes que duvidamos de uma completa isenção, mas isso não significa termos o alvará para pisar descalços e sedentos de represálias. Retaliação esvazia, esmorece e impede o novo.
Viver bem é a melhor vingança no sentido de ser cristalina, gentil e acolhedora. É um tapa na cara que a vida não espera, principalmente daquele que escolheu ferir no lugar de amar. É a melhor resposta aos injuriados, maltrapilhos e arrogantes absolutos. Viver bem é entregar tudo de si. Sem demoras, sem punhos cerrados e, definitivamente, sem você fechado para balanço.