Não adianta reclamar, esperar e realizar preces para um amanhã mais ameno. A vida começa quando você, despido de pequenos trajes sentimentais, começa a dar passos de coragem e intensidade para o que te faz feliz. Ou, pelo menos, para as coisas e pessoas que imagina serem caminhos sinceros e partes integrantes disso.
Por vezes, o medo bate na porta. Na janela, a ansiedade acena. E o amor, quase sempre, acaba perdido em algum outro cômodo. Você não consegue mais sair, sorrir e reconhecer a vida. Sobram poucos espaços para sentimentos e quase nenhum resquício de vontade própria sobrevive. Ontem, chorou pelo amor perdido. Anteontem, teve raiva da oportunidade não concedida. Inúmeras situações e realidades que, aos poucos, fizeram do seu coração algo mais rochoso, espesso e inerte. Os planos deixados de lado, os sonhos interrompidos por pensamentos utópicos e, como se não bastasse, sem sobreaviso, adeus lhe foram dados. Fica difícil jogar com tanto azar. Você, que nem acreditava nessas sandices, agora percebe um mundo regido pela sorte ou pelos astros mapeados. Não que sejam estudos diminutos, mas bater o martelo nesses caminhos traçados é praticamente assumir uma inexistência da escolha.
Felicidade não é para qualquer amar. Às vezes, pouco é muito. Dar valor para os momentos de serenidades e recolhimentos, ajuda. Nenhum tropeço é tão ruim que não possa encontrar resiliência debaixo do travesseiro. Temos belezas das quais, por mais características em comum, raramente assemelham-se. Corações são distintos. Saber amar envolve você para depois repousar num outro alguém.
A vida é um salto de coragem. Não desistir daquilo que te move e faz o seu espírito sentir-se vivo, sempre será o melhor trajeto. Apreciar instantes transforma um pouco de tudo. E viver requer um pouco de tudo, principalmente de você. Então, mesmo que o amor tenha cambaleado, o medo forçada entrada e, a ansiedade debruçado-se nos ombros, resista. Pouco é muito, mas amor é de tudo um pouco.