A troco do quê alguém sacudiria os galhos de uma goiabeira seca, caso houvesse bem ali perto uma outra goiabeira carregada de frutas suculentas e prontas para serem colhidas e degustadas?
Ahhhhh… você não é lá muito chegado em goiabas? Tudo bem. Troque a goiabeira por uma jabuticabeira, uma mangueira, uma amoreira – a fruta é escolha sua – o sacrifício que pretende empenhar para obtê-la, também.
Uma coisa, no entanto, é fato indiscutível: quem já provou de uma fruta no pé, aquela fruta que teve o tempo do tempo para cumprir sua história, e encontrar a doçura na madureza natural do seu ciclo de vida, há de achar que essas coisas insossas e com gosto de sabão, que anda comprando no supermercado é tudo, menos fruta de verdade.
Assim como é inigualável a experiência de comer, chupar ou morder uma fruta de verdade, é extraordinária a oportunidade de conhecer e conviver com gente de verdade. Aquela gente que tem mais sumo que casca e bagaço; aquela gente que faz a nossa fé na humanidade volta a criar vida.
Gente frutífera! Dá até pra imaginar algumas dessas pessoas iluminadas que cruzaram o nosso caminho na vida, vertendo framboesas em vez de palavras, mestres com cabelos em cachos de uva, cuja sabedoria invade a alma da gente e se converte num vinho raro, daqueles que fazem a gente fechar os olhos pra aproveitar melhor a intensidade do sabor, a violência benigna das sacudidas em nossas certezas e a embriaguez reveladora de uma existência que andava amortecida em camadas de poeira.
Não há razão para se sacudir árvores secas, porque ninguém está interessado em agregar secura aos dias. Nossos dias já tem potencial insuspeito para permanecerem secos por conta própria. Nós é que temos que teimar em cavar bem fundo à procura de fontes limpas, ou andar sem preguiça em viagens de descoberta por rios infinitos de sabedoria e mares cheios de promessas, aventuras e perigo.
Porque uma vida sem perigos é uma vida seca. Não vale o esforço de acordar e se arrastar para além da cama, quando não se está disposto a correr o risco de descobrir que estamos muito longe de alcançar os sonhos.
E os sonhos são essas frutas maravilhosas, ainda não foram contaminadas pelos venenos dos homens e mulheres. Os sonhos são o desjejum dos corajosos. Gente corajosa sonha com o impossível. E não corre atrás de nada, porque correr atrás é perseguir; e perseguir cansa, humilha, coloca a gente num lugar atrasado, um lugar onde se come poeira dos outros.
Gente que brota frutos e verte sumos e não tem medo de amadurar pra retornar à terra e se realimentar de si mesmo… Ahhhh… gente assim assusta os acovardados, os invejosos e os preguiçosos. Gente assim, desperta no outro um incômodo ardido e o desejo de ter o que não se conquistou… tomar. Sacudir os galhos alheios para ter a posse daquilo que não se foi capaz de produzir.
Sendo assim… se você anda levando muitas pedradas… isso pode ser um bom sinal! Pode ser que suas raízes estejam cumprindo seu papel, de honrar a sua história. Pode ser que seus galhos estejam a rasgar o céu das oportunidades numa altura impossível de ser ignorada. Pode ser que suas folhas andem purificando o entorno de seu mundo, a ponto de tê-lo tornado indispensável. Pode ser que seus frutos estejam encantando aqueles que não acreditavam na sua capacidade de transformação. Então… comemore as pedradas! Ou você preferia estar no lugar daqueles que precisam apedrejar?!
Imagem de capa: BLACKDAY/shutterstock
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