Você já parou para pensar em você hoje? Você sabe de cor quais são seus anseios, receios e sonhos?
Há alguns anos um amigo me perguntou se eu sabia quem eu realmente era. E eu fiquei exaltada na época com a indagação. Retruquei-a com outra e depois respondi pronunciando meu nome.
Então esse amigo me disse que eu não podia ser apenas um nome, já que um nome era a chave para um mundo, mas não o mundo em si.
Mas eu não tinha a resposta para a pergunta dele, contudo, algo se acendeu em mim depois daquela conversa. Então, de noite, ao chegar em casa, me sentei no chão de pernas cruzadas e me perguntei: Quem é você?
A resposta que tive foi um silêncio longo e perturbador e naquele momento tive a certeza de que era minha a missão de descobrir quem eu realmente era.
Tocar em nossa essência é algo no mínimo desafiador, não vou mentir. Nosso caminho de autodescoberta é cheio de becos sem saídas, de íngremes subidas e ladeiras assustadoras. Alguns tropeços acontecem nesse processo, mas sabermos ao certo quem somos é deveras importante para que possamos trilhar nossos próprios caminhos e não aqueles que nos são tão prontamente sugeridos.
Na vida seremos inevitavelmente lançados em um mar de experiências compartilhadas. Seremos testados inúmeras vezes e teremos nossos valores e amor próprio colocados em xeque. Se não soubermos quem realmente somos podemos nos perder irremediavelmente.
Há algum tempo assisti ao filme “3096 dias” baseado na história real de Natascha Kampusch, uma garota austríaca raptada e mantida em cativeiro por quase dez anos. Sua própria mãe desistiu de procurar por ela em um tempo curto após seu desaparecimento e seu algoz tentou fazê-la esquecer de quem era repetidas vezes, contudo Natascha aproveitou todas suas poucas oportunidades de quase fuga para eloquente dizer seu nome, de onde vinha, e em qual situação vivia.
Por outro lado, houve nos EUA um caso similar no qual uma jovem, Jaycee Dugard, foi raptada e permaneceu no cativeiro por dezoito anos. No início ela era trancafiada, mas nos últimos anos ela morava no quintal do sequestrador. Quando a polícia descobriu Jaycee, por acaso, e a levou para a delegacia, ela afirmou repetidas vezes ser outra pessoa e deu aos agentes o nome falso que lhe fora ditado pelo sequestrador.
Esses dois últimos exemplos são bastante emblemáticos e apesar de semelhantes, distintos. Ambos delineiam de forma precisa a importância de nos lembrarmos e de lutarmos por nós. De sabermos precisamente quem somos. Jaycee teve muita sorte, pois é provável que permanecesse no cárcere por toda a vida se não tivesse sido encontrada por acaso. Já Natascha lutou com todas as forças para escapar e isso lhe trouxe a liberdade.
Essas duas jovens passaram por situações limites, contudo relações de controle podem permear a vida de todos nós, em maior ou menor grau e, permitir que continuem, nos deixando levar por elas, tem a ver com o que sabemos sobre nós.
Inevitavelmente seremos transformados na vida pela interação. Compartilharemos experiências, ensinaremos e aprenderemos muito. Contudo não sairemos secos após um banho de mar. Nem mesmo devemos ansiar por isso. A questão não é não se deixar molhar, mas sim não se deixar arrastar pela correnteza.
Muitas vezes agimos de forma temerosa acerca de nossas vontades, contudo o autoconhecimento nos é essencial para determinarmos quais lutas devemos travar.
Em diversos momentos pode nos parecer mais fácil e menos doloroso seguir um fluxo, mas quando esse impulso surgir é sempre bom corrermos para o espelho e nos olharmos com sinceridade.
Saber quem realmente somos, o que nos apetece ou não e quais nossas preferências é muito importante para nos tornarmos donos dos nossos próprios passos.
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