Vamos bater um papo? Quero falar sobre algo que tenho ouvido com frequência desde criança: ‘esse é o meu destino’. Sendo mais específica, vou falar disso no âmbito dos relacionamentos. Eu tenho percebido pessoas que estão sempre andando em círculos e, muitas se queixam comigo, externando uma frustração diante de situações que sempre se repetem.
Algumas percebem as sucessivas frustrações amorosas como um destino, ou seja, algo sobre o qual elas não têm nenhum controle ou poder para mudar. Será mesmo? Vou direto ao ponto: percebo que algumas pessoas têm um verdadeiro pavor em ficar sozinhas, diante disso, elas se sujeitam a qualquer relacionamento para terem o status de “relacionamento sério”, e, salvo engano, em tempos de redes sociais, esse desespero parece mais evidente.
Muitas pessoas saem de uma relação abusiva e, ainda destroçadas emocionalmente, partem em busca de outro parceiro. Como se estivessem fugindo de si mesmas, de um confronto íntimo, mergulham de cara na primeira oportunidade que aparece. Elas não se permitem viver o luto da ruptura, tampouco se permitem olhar para dentro de si para uma auto análise. Ter alguém de novo em suas vidas acaba tornando uma questão urgente, inadiável, ainda que o novo candidato não tenha nada a lhe oferecer, e o que é pior, evidenciando total incompatibilidade com ela.
Dessa forma, tudo vai se repetindo, por estar tão fragilizada, a pessoa não exige nenhum critério do outro para se envolver. A questão aqui é ter alguém para se sentir acompanhada, ainda que seja uma fonte geradora de estresse e desgaste emocional. E, a cada ruptura, sua imunidade emocional vai se esvaindo até chegar num ponto em que ela perde, por completo, o seu poder de discernir entre o que pode ou não ser tolerado numa relação.
Isso só vai passar quando a pessoa decidir dar um basta e focar em si mesma, buscando ajuda psicológica para lidar com as questões que a empurram para esse comportamento. É preciso compreender que o outro não vai nos acrescentar nada enquanto ela não estiver bem consigo mesma. E outra coisa: dificilmente uma pessoa que está mal consigo mesma vai atrair alguém que agregue em sua vida. Alguém que não se aceita e que acredita que só tem valor se tiver uma companhia acaba atraindo parceiros tóxicos que acabam validando essse sentimento de menos valia, é como um ímã.
Mas não entenda esse texto como uma crítica, sei que quem se comporta assim precisa de ajuda e não de julgamento. Só quero alertar para que, se for o seu caso, busque ajuda, e, se você convive com pessoas com esse perfil, tente ajudá-las de alguma forma. Quero lembrar também, que relacionamentos infelizes não são destino, são escolhas que as pessoas fazem por não acreditarem que merecem ser felizes.
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