Marcel Camargo

Você nunca será feliz enquanto estiver com as pessoas erradas

Todos os dias, vamos construindo a nossa jornada, a partir das escolhas que fazemos. Escolhemos entre ir ou não trabalhar, qual roupa usar, o que vestir, se sorriremos ou não, e por aí vai. Dentre as opções várias que se abrem à nossa frente, uma das mais importantes vem a ser a que se relaciona às pessoas que escolheremos para manter por perto durante o nosso trajeto, pois elas serão o diferencial ao longo de nossos dias.

Um dos grandes entraves à satisfação pessoal de hoje consiste em focarmos exclusivamente nossos propósitos no que traz contentamento rápido, pois queremos que tudo aconteça agora, hoje. A maioria de nós é imediatista e acaba se concentrando nos prazeres mais próximos, sem pensar no longo prazo. Esquecer que o amanhã virá um dia e que ali enfrentaremos a nossa semeadura de vida acaba nos levando a escolher, muitas vezes, o que não dura.

Assim, chegamos vazios ao futuro, acompanhados de coisas e de pessoas que não acrescentam, não enriquecem, enquanto amargamos o peso das escolhas malfeitas. Triste olhar para trás e perceber que, ao optarmos pelo que era mais fácil e bonito, deixamos escapar por entre os dedos muitas riquezas que nos preencheriam os dias com verdade e amor. Escolher sem levar em conta a essência equivale a plantar sementes ocas em terreno estéril.

E, nessa toada, vamos nos arrastando pelos dias, sentindo uma angústia íntima sem explicação, como se faltasse algo aqui dentro de nós, mas, na verdade, o que falta é lá fora mesmo, é alguém que esteja pertinho, juntinho, com dedicação sincera, amor e afeição desmedida. Nada além do amor nos cura e nos reergue. A estética e o glamour até que nos transmitem uma falsa sensação de prazer e de contentamento, mas é a essência de tudo que nos alimentará a alma.

É preciso que preenchamos os nossos dias com as companhias que nos sorriem de volta, que nos oferecem o que possuem sem afetação, sem cobranças, sem miséria afetiva. É necessário vermos o futuro como o lugar em que olharemos para trás com a certeza de que compartilhamos nossas vidas com quem nos proporcionou momentos mágicos e especiais. É disso que a vida deve ser feita e é assim que teremos a sensação de dever cumprido, junto a gente de carne e osso e de alma límpida.

 

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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