Você vai ser feliz. Mas antes a vida vai te ensinar a ser forte

No último domingo, Lady Gaga ganhou o Oscar de melhor canção original com “Shallow”, do filme “Nasce uma estrela”, em que interpreta a protagonista Ally, uma garçonete que é alçada à fama por um cantor decadente interpretado por Bradley Cooper. Além de atuar, Gaga cantou e compôs parte da trilha sonora.

Durante seu discurso, a artista emocionou a milhares de fãs dizendo: “Não é sobre ganhar, é sobre não desistir. Não é sobre quantas vezes você foi rejeitado, caiu e teve que levantar. É quantas vezes você fica em pé, levanta a cabeça e segue em frente”.

Foi um discurso definitivo e certeiro, como tudo o que é dito com a certeza daqueles que não se identificam com o papel de vítimas, e sim com a resiliência de uma pessoa forte, moldada com os golpes da vida.

Passamos boa parte da vida buscando a felicidade, e imaginamos que a encontraremos num lugar livre de conflitos e dor. Porém, não é assim. A felicidade não resulta da ausência de conflitos, e sim da capacidade de lidar com eles. Não vem da falta de dor, e sim da capacidade de não valorizar a dor como o centro das atenções. Não da escassez de problemas, inquietações e inadequações, e sim da capacidade adquirida de não se deixar abater por eles. Não da ausência de limites, e sim da coragem de ser quem você é, ousando assumir o que deseja independente do que os outros vão dizer. Não da aposta dos outros em você, e sim da sua confiança em si mesmo.

Para ser feliz, é preciso ser forte. E a vida lapida-nos. De um jeito torto, difícil, repleto de perguntas e nenhuma resposta, você será desafiado a desistir um milhão de vezes; mas se você resiste, se você levanta a cabeça e segue em frente… ah… a vida recompensa. E aí então, num dia qualquer, você acorda e percebe que já não é mais o mesmo. Que está feliz não pela ausência de contrariedades, e sim porque se tornou mais forte e aprendeu a lidar com as adversidades.

Gosto muito do pensamento que diz: “O fundo do poço te ensina lições que o topo da montanha jamais conseguiria”. Embora seja uma benção estar no topo da montanha, só iremos reconhecer isso quando já tivermos conhecido o fundo do poço. Pois é no fundo do poço que desenvolvemos a criatividade, aprendemos a dizer o famoso “fod#-se” para um milhão de coisas, desistimos de querer estar sempre certos, nos tornamos nossos melhores amigos, descobrimos quem realmente está ao nosso lado, adquirimos força e resiliência, começamos a valorizar momentos, toleramos as imperfeições das coisas e das pessoas, paramos de carregar os pequenos probleminhas numa mala e aceitamos aquilo que não podemos mudar.

Quem entra em briga e discussões por qualquer coisa, sente-se perseguido por bobagens, neurotiza relações e maximiza pequenas picuinhas do dia a dia jamais se sentirá feliz por completo. Pare de problematizar, de buscar motivos que justifiquem sua inércia, de se achar vítima do mundo. O maior responsável por sua felicidade e bem estar é você mesmo. É clichê? Sim. Mas também é real. Sacode a poeira e dê a volta por cima!

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Escritora mineira de hábitos simples, é colecionadora de diários, álbuns de fotografia e cartas escritas à mão. Tem memória seletiva, adora dedicatórias em livros, curte marchinhas de carnaval antigas e lamenta não ter tido chance de ir a um show de Renato Russo. Casada há dezessete anos e mãe de um menino que está crescendo rápido demais, Fabíola gosta de café sem açúcar, doce de leite com queijo e livros com frases que merecem ser sublinhadas. “Anos incríveis” está entre suas séries preferidas, e acredita que mais vale uma toalha de mesa repleta de manchas após uma noite feliz do que guardanapos imaculadamente alvejados guardados no fundo de uma gaveta.